Usina diz não poder conter água contaminada de Fukushima
A Tokyo Electric Power reconheceu, em comunicado, que o muro construído para reduzir o fluxo de água não impedirá a sua completa entrada
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 09h35.
Tóquio - A proprietária da Usina de Fukushima admitiu pela primeira vez que o muro subterrâneo congelado que está sendo erguido ao redor dos reatores para evitar que a água vaze não poderá conter 100% do líquido, o que complica o encerramento da central nuclear .
A Tokyo Electric Power (TEPCO) reconheceu, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, que "o objetivo do muro é reduzir o fluxo de água que penetra no porão dos edifícios" dos reatores, mas que isso não impedirá a sua completa entrada.
Em reunião realizada no último dia 19 entre a empresa e a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA), a TEPCO reconheceu que entre maio e junho só conseguiu diminuir em 30 toneladas adicionais o volume diário de água procedente dos aquíferos naturais que entra nos reatores, por isso calcula-se que de 80 a 100 toneladas poderiam continuar entrando todos os dias.
Um funcionário da empresa afirmou que não é tecnicamente possível "manter de fora toda a água subterrânea".
No início do mês passado, a construção deste muro subterrâneo de gelo entrou na segunda e penúltima etapa. O muro tem como meta isolar o subsolo ao redor dos quatro reatores afetados pelo terremoto e tsunami de 2011 para evitar que penetre nele o fluxo dos aquíferos naturais e mais tarde se produzam vazamentos de poluentes ao mar.
Mas estas águas subterrâneas se misturam nos porões com o refrigerante radioativo e, por efeito do transbordamento, vazam ao Oceano Pacífico.
Para a construção do muro foram instalados na terra quatro reatores e mais de 1.500 encanamentos com profundidade de até 35 metros. Através destes encanamentos é injetada uma solução salina a menos 30 graus que congela a terra em contato com as canalizações e cria uma barreira gelada.
A NRA mostrou preocupação durante a reunião pelo fato de a TEPCO não estar progredindo na redução das quase 60 mil toneladas de água que ainda existem nos porões dos reatores e advertiu que um novo tsunami poderia provocar caso essa água se espalhasse terra adentro.
Mais cedo, o Greenpeace Japão divulgou um relatório denunciando que as margens dos rios de Fukushima apresentam altos níveis de contaminação radioativa.
A organização ambientalista analisou 19 amostras de sedimento de três rios da região (Abukuma, Niida e Ota) em fevereiro e março deste ano e concluiu que 18 delas apresentavam mais de 1.000 becquerels de material radioativo por quilo.
Uma delas, recolhida a 30 quilômetros da usina nuclear, chegou a indicar a presença de 29.800 becquerels dos elementos Césio 134 e Césio 137 por quilo de sedimento. O padrão do governo japonês para a água potável é de no máximo 10 bequereles de césio por quilo.
"O impacto radiológico da catástrofe nuclear de Fukushima no meio aquático, com consequências tanto para a saúde humana quanto a do meio ambiente, não se limitam aos primeiros anos após o acidente.
Existem ameaças presentes e futuras, principalmente os vazamentos contínuos (de água radioativa) da usina em si" e a progressiva disseminação da contaminação que existe no solo da região através de "florestas, rios, lagos e estuários litorâneos", informou o Greenpeace.
Tóquio - A proprietária da Usina de Fukushima admitiu pela primeira vez que o muro subterrâneo congelado que está sendo erguido ao redor dos reatores para evitar que a água vaze não poderá conter 100% do líquido, o que complica o encerramento da central nuclear .
A Tokyo Electric Power (TEPCO) reconheceu, em comunicado divulgado nesta quinta-feira, que "o objetivo do muro é reduzir o fluxo de água que penetra no porão dos edifícios" dos reatores, mas que isso não impedirá a sua completa entrada.
Em reunião realizada no último dia 19 entre a empresa e a Autoridade de Regulação Nuclear (NRA), a TEPCO reconheceu que entre maio e junho só conseguiu diminuir em 30 toneladas adicionais o volume diário de água procedente dos aquíferos naturais que entra nos reatores, por isso calcula-se que de 80 a 100 toneladas poderiam continuar entrando todos os dias.
Um funcionário da empresa afirmou que não é tecnicamente possível "manter de fora toda a água subterrânea".
No início do mês passado, a construção deste muro subterrâneo de gelo entrou na segunda e penúltima etapa. O muro tem como meta isolar o subsolo ao redor dos quatro reatores afetados pelo terremoto e tsunami de 2011 para evitar que penetre nele o fluxo dos aquíferos naturais e mais tarde se produzam vazamentos de poluentes ao mar.
Mas estas águas subterrâneas se misturam nos porões com o refrigerante radioativo e, por efeito do transbordamento, vazam ao Oceano Pacífico.
Para a construção do muro foram instalados na terra quatro reatores e mais de 1.500 encanamentos com profundidade de até 35 metros. Através destes encanamentos é injetada uma solução salina a menos 30 graus que congela a terra em contato com as canalizações e cria uma barreira gelada.
A NRA mostrou preocupação durante a reunião pelo fato de a TEPCO não estar progredindo na redução das quase 60 mil toneladas de água que ainda existem nos porões dos reatores e advertiu que um novo tsunami poderia provocar caso essa água se espalhasse terra adentro.
Mais cedo, o Greenpeace Japão divulgou um relatório denunciando que as margens dos rios de Fukushima apresentam altos níveis de contaminação radioativa.
A organização ambientalista analisou 19 amostras de sedimento de três rios da região (Abukuma, Niida e Ota) em fevereiro e março deste ano e concluiu que 18 delas apresentavam mais de 1.000 becquerels de material radioativo por quilo.
Uma delas, recolhida a 30 quilômetros da usina nuclear, chegou a indicar a presença de 29.800 becquerels dos elementos Césio 134 e Césio 137 por quilo de sedimento. O padrão do governo japonês para a água potável é de no máximo 10 bequereles de césio por quilo.
"O impacto radiológico da catástrofe nuclear de Fukushima no meio aquático, com consequências tanto para a saúde humana quanto a do meio ambiente, não se limitam aos primeiros anos após o acidente.
Existem ameaças presentes e futuras, principalmente os vazamentos contínuos (de água radioativa) da usina em si" e a progressiva disseminação da contaminação que existe no solo da região através de "florestas, rios, lagos e estuários litorâneos", informou o Greenpeace.