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Uruguai defende proposta de legalização da maconha

O país considera que as políticas "proibicionistas" aplicadas nos últimos 50 anos não foram eficazes e, por consequência, acabaram fracassando

Maconha: "Com o proibicionismo, a única que alcançamos foi fortalecer o poder do tráfico e do crime organizado", disse o secretário de presidência, Diego Cánepa. (Getty Images/AFP / Stephen Brashea)
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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2013 às 14h56.

Viena - O Uruguai defendeu nesta terça-feira, perante a Comissão de Drogas das Nações Unidas (ONU), seu projeto de legalização da maconha ao considerar que as políticas "proibicionistas" aplicadas nos últimos 50 anos não foram eficazes e, por consequência, acabaram fracassando.

Assim o explicou à Agência Efe o chefe da delegação do Uruguai no fórum, o secretário de presidência, Diego Cánepa, que hoje também se reuniu com representantes da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), organização que criticou a iniciativa uruguaia em seu último relatório.

"Na evidência das políticas públicas, podemos observar que os objetivos dessas políticas baseadas na criminalização do uso não completaram seus objetivos e se mostraram ineficientes", declarou Cánepa à Agência Efe.

"Nos últimos 40 anos não reduzimos o número de dependentes, não reduzimos o consumo da droga, que, de fato, seguem aumentando", afirmou o secretário de presidência do Uruguai ao explicar a posição de país aos delegados internacionais na reunião que se estenderá até a próxima sexta-feira.

"Com o proibicionismo, a única que alcançamos foi fortalecer o poder do tráfico e do crime organizado de tal forma que, como ocorre na Colômbia ou no México, os mesmos chegam a desafiar o próprio Estado", acrescentou.

O chefe da delegação uruguaia ressaltou que, do ponto de vista das políticas sanitárias, da segurança e da convivência social, os resultados da atual estratégia foram negativos e que, portanto, é preciso buscar novas alternativas.


"Nós não temos uma visão contrária a da Convenção (contra as drogas) em relação à necessidade de fiscalização e de controle. O que nós dizemos é que, ao invés de simplesmente proibicionismo, um mercado estritamente regulado nos dará um maior controle", ressaltou.

A Jife, o órgão da ONU que vigia o cumprimento das normas internacionais contra as drogas, indicou em seu relatório anual, publicado recentemente, que a regulamentação do mercado da maconha, como propõe Uruguai, infringiria os tratados internacionais.

Neste aspecto, em resposta a Jife, Cánepa assegurou que o Uruguai tem o direito de "assumir as formas jurídicas que lhe dão possibilidade de atacar de maneira frontal as bases econômicas do tráfico".

Em linhas gerais, o representante uruguaio defendeu a "revisão e atualização" das normas internacionais contra as drogas, as mesmas que foram aplicadas nos últimos 50 anos.

"Na América Latina há um diagnóstico comum de que assim, como estamos, não podemos seguir", indicou o representante uruguaio, que acrescentou que as políticas sobre drogas serão temas centrais nos debates regionais, como o da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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Viena - O Uruguai defendeu nesta terça-feira, perante a Comissão de Drogas das Nações Unidas (ONU), seu projeto de legalização da maconha ao considerar que as políticas "proibicionistas" aplicadas nos últimos 50 anos não foram eficazes e, por consequência, acabaram fracassando.

Assim o explicou à Agência Efe o chefe da delegação do Uruguai no fórum, o secretário de presidência, Diego Cánepa, que hoje também se reuniu com representantes da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), organização que criticou a iniciativa uruguaia em seu último relatório.

"Na evidência das políticas públicas, podemos observar que os objetivos dessas políticas baseadas na criminalização do uso não completaram seus objetivos e se mostraram ineficientes", declarou Cánepa à Agência Efe.

"Nos últimos 40 anos não reduzimos o número de dependentes, não reduzimos o consumo da droga, que, de fato, seguem aumentando", afirmou o secretário de presidência do Uruguai ao explicar a posição de país aos delegados internacionais na reunião que se estenderá até a próxima sexta-feira.

"Com o proibicionismo, a única que alcançamos foi fortalecer o poder do tráfico e do crime organizado de tal forma que, como ocorre na Colômbia ou no México, os mesmos chegam a desafiar o próprio Estado", acrescentou.

O chefe da delegação uruguaia ressaltou que, do ponto de vista das políticas sanitárias, da segurança e da convivência social, os resultados da atual estratégia foram negativos e que, portanto, é preciso buscar novas alternativas.


"Nós não temos uma visão contrária a da Convenção (contra as drogas) em relação à necessidade de fiscalização e de controle. O que nós dizemos é que, ao invés de simplesmente proibicionismo, um mercado estritamente regulado nos dará um maior controle", ressaltou.

A Jife, o órgão da ONU que vigia o cumprimento das normas internacionais contra as drogas, indicou em seu relatório anual, publicado recentemente, que a regulamentação do mercado da maconha, como propõe Uruguai, infringiria os tratados internacionais.

Neste aspecto, em resposta a Jife, Cánepa assegurou que o Uruguai tem o direito de "assumir as formas jurídicas que lhe dão possibilidade de atacar de maneira frontal as bases econômicas do tráfico".

Em linhas gerais, o representante uruguaio defendeu a "revisão e atualização" das normas internacionais contra as drogas, as mesmas que foram aplicadas nos últimos 50 anos.

"Na América Latina há um diagnóstico comum de que assim, como estamos, não podemos seguir", indicou o representante uruguaio, que acrescentou que as políticas sobre drogas serão temas centrais nos debates regionais, como o da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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