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Unicef solicita US$ 3,6 bi para ajudar 48 milhões de crianças

Crianças que serão atendidas vivem em crises humanitárias criadas por conflitos e violência ou por catástrofes naturais

Unicef: da quantia solicitada, 84% será destinado a países afetados por crises humanitárias por conta da violência e de conflitos (Nikolay Doychinov/AFP/AFP)

Unicef: da quantia solicitada, 84% será destinado a países afetados por crises humanitárias por conta da violência e de conflitos (Nikolay Doychinov/AFP/AFP)

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EFE

Publicado em 30 de janeiro de 2018 às 11h13.

Genebra - O Fundo das As Nações Unidas para a Infância (Unicef) solicitou nesta terça-feira US$ 3,6 bilhões para em 2018 poder ajudar 48 milhões de crianças que vivem em crises humanitárias criadas por conflitos e violência ou por catástrofes naturais.

Conflitos que perduram há vários anos, como os de Iraque, Nigéria, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Síria e Iêmen, entre outros países, serão prioritários para a agência da ONU.

O Unicef denunciou em um comunicado que o sofrimento dos menores aumenta porque as partes beligerantes em muitos destes conflitos "mostram uma flagrante indiferença pela vida das crianças".

"Não somente as atacam diretamente, mas também negam o acesso aos serviços básicos devido aos danos e à destruição das escolas, dos hospitais e da infraestrutura civil", acrescenta o texto.

Da quantia solicitada, 84% (US$ 3 bilhões) serão destinados a países afetados por crises humanitárias por conta da violência e de conflitos.

Atualmente, quase uma a cada quatro crianças no mundo vive em um país afetado por um conflito ou um desastre.

A propagação de doenças transmitidas pela água é uma das maiores ameaças para a vida dos menores nas situações de crise.

Os ataques às infraestruturas de água e saneamento básico, as táticas de assédio que impedem o acesso à água potável e o deslocamento forçado para áreas que carecem de tais estruturas põem os menores e suas famílias em perigo, ressaltou a entidade.

As meninas e mulheres enfrentam ameaças ainda maiores, já que frequentemente cumprem a função de coletar água para suas famílias em situações perigosas.

É por isso que um dos focos principais do organismo este ano será proporcionar água potável a 35,7 milhões de pessoas, o dobro das atendidas no ano passado, e saneamento.

Há 117 milhões de pessoas no mundo que vivem em situações de emergência e sem acesso a água potável.

Manuel Fontaine, responsável de emergências do Unicef, explicou em entrevista coletiva que em países em guerra "mais crianças morrem por doenças relacionadas à falta de água potável e saneamento do que pelos próprios conflitos".

"A ameaça é ainda maior porque milhões de crianças apresentam níveis de desnutrição potencialmente mortais, e isto as torna mais suscetíveis a contrair doenças transmitidas pela água, como cólera, criando um circulo vicioso de desnutrição e doença", acrescentou.

Fontaine lembrou que uma das principais causas para emigrar é a falta de água potável para sobreviver.

Além disso, a agência quer proporcionar aos menores educação básica formal ou não formal (8,9 milhões de crianças), imunizá-los contra o sarampo (10 milhões), oferecer apoio psicossocial (mais de 3,9 milhões) e tratar a desnutrição aguda grave (4,2 milhões).

O maior componente da solicitação de fundos do Unicef este ano é para as crianças e as famílias que sofrem com o conflito na Síria, que está a ponto de entrar no seu oitavo ano.

O Unicef solicita quase US$ 1,3 bilhões para apoiar 6,9 milhões de crianças sírias que sobrevivem tanto no seu país como nos acampamentos de refugiados nas nações vizinhas.

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