Unicef pede fundos sem precedentes diante de crises mundiais
O fundo pede um valor de US$ 3,1 bilhões, o maior montante solicitado em sua história
Da Redação
Publicado em 29 de janeiro de 2015 às 12h58.
Genebra - A multiplicidade de crise, muitas delas de caráter regional, é a causa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ter feito nesta quinta-feira um apelo de fundos sem precedentes, no valor de US$ 3,1 bilhões, o maior montante solicitado em sua história.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância pede esse valor para 2015 para poder ajudar 62 milhões de crianças que se encontram em situação de risco em diversas crises humanitárias em todo o mundo.
Este pedido representa um aumento de US$ 1 bilhão nas necessidades de financiamento em relação ao apelo humanitário do ano passado.
"Pedimos um bilhão mais que no ano passado por causa da imensa crise síria, da pandemia de ebola e da multiplicidade de conflitos no mundo, muitos deles de alcance regional", afirmou durante a apresentação à imprensa a diretora de programas de Emergência do Unicef, Afshan Khan.
Mais de uma em cada dez crianças do mundo - o que em números absolutos representa 230 milhões - vivem atualmente em países e zonas afetadas por conflitos armados.
No total, o Unicef quer ajudar 98 milhões de pessoas, das quais ao redor de dois terços (62 milhões) são crianças, em 71 países diferentes.
A proporção maior do valor é para a Síria e os países próximos.
O Unicef solicita US$ 903 milhões para a resposta regional voltada a proteger os 5,6 milhões de crianças em situação de risco e oferecer assistência vital como vacinas, água e saneamento, além de educação.
"É preciso levar em conta que o Unicef não ajuda somente os refugiados ou deslocados internos, mas também as povoações locais dos países ou cidades que os acolhem, que estão sofrendo uma pressão enorme por causa desta presença em massa de novos residentes", assinalou Afshan.
Além disso, o Unicef pede US$ 500 milhões para acelerar seus trabalhos no coração das comunidades afetadas pelo ebola.
O dinheiro será utilizado para ampliar os esforços dirigidos a isolar e tratar todos os casos rapidamente, evitar novos surtos, e continuar promovendo comportamentos saudáveis para prevenir a propagação da doença.
Calcula-se que entre uma quinta e uma quarta parte dos mortos por ebola eram crianças.
A agência humanitária das Nações Unidas identificou na Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados pela epidemia, 10 mil crianças que perderam um ou ambos os pais, e outros 6.000 que perderam a pessoa que cuidava deles (e que não era um de seus pais) antes da epidemia.
Até agora, o Unicef conseguiu que 5.000 deles encontrem uma pessoa pertencente à "família extensa" que possa se encarregar de seu cuidado.
Por outro lado, o Unicef teme que haja um intensificação dos casos de sarampo e de malária, até um aumento de um terço em relação de antes da epidemia, por causa da interrupção dos programas de vacinação e prevenção de doenças.
Para a Nigéria, onde os ataques de grupos armados se intensificaram nos últimos anos, o que provocou que mais de um milhão de pessoas no nordeste tenham tido que fugir de seus lares, o Unicef pede US$ 26,5 milhões.
Um ano depois do início do conflito na Ucrânia, o Unicef fez um chamada por US$ 32,45 milhões devido a que o país enfrenta uma crise humanitária, já que 5,2 milhões de pessoas vivem em área de conflito, há mais de 600 mil deslocados internos e cerca de 1,7 milhão de crianças são afetados.
Também estão incluídas no apelo as graves crises esquecidas que não recebem fundos suficientes, mas que puseram as crianças em uma situação de necessidade desesperada, entre elas a do Afeganistão (somente financiado em 35% em 2014), os Territórios Palestinos Ocupados (somente financiado em 23% em 2014) e Níger (só financiado em 35% em 2014).
Para as Américas, o Unicef solicita US$ 5,5 milhões para a Colômbia, US$ 22 milhões para o Haiti e US$ 5,7 milhões para o escritório regional.
O relatório lembra que na Colômbia, metade dos sete milhões de vítimas que causou o conflito interno em meio século são crianças, que sofreram deslocamentos forçados, recrutamento por grupos armados e violência sexual, entre outros. EFE
Genebra - A multiplicidade de crise, muitas delas de caráter regional, é a causa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) ter feito nesta quinta-feira um apelo de fundos sem precedentes, no valor de US$ 3,1 bilhões, o maior montante solicitado em sua história.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância pede esse valor para 2015 para poder ajudar 62 milhões de crianças que se encontram em situação de risco em diversas crises humanitárias em todo o mundo.
Este pedido representa um aumento de US$ 1 bilhão nas necessidades de financiamento em relação ao apelo humanitário do ano passado.
"Pedimos um bilhão mais que no ano passado por causa da imensa crise síria, da pandemia de ebola e da multiplicidade de conflitos no mundo, muitos deles de alcance regional", afirmou durante a apresentação à imprensa a diretora de programas de Emergência do Unicef, Afshan Khan.
Mais de uma em cada dez crianças do mundo - o que em números absolutos representa 230 milhões - vivem atualmente em países e zonas afetadas por conflitos armados.
No total, o Unicef quer ajudar 98 milhões de pessoas, das quais ao redor de dois terços (62 milhões) são crianças, em 71 países diferentes.
A proporção maior do valor é para a Síria e os países próximos.
O Unicef solicita US$ 903 milhões para a resposta regional voltada a proteger os 5,6 milhões de crianças em situação de risco e oferecer assistência vital como vacinas, água e saneamento, além de educação.
"É preciso levar em conta que o Unicef não ajuda somente os refugiados ou deslocados internos, mas também as povoações locais dos países ou cidades que os acolhem, que estão sofrendo uma pressão enorme por causa desta presença em massa de novos residentes", assinalou Afshan.
Além disso, o Unicef pede US$ 500 milhões para acelerar seus trabalhos no coração das comunidades afetadas pelo ebola.
O dinheiro será utilizado para ampliar os esforços dirigidos a isolar e tratar todos os casos rapidamente, evitar novos surtos, e continuar promovendo comportamentos saudáveis para prevenir a propagação da doença.
Calcula-se que entre uma quinta e uma quarta parte dos mortos por ebola eram crianças.
A agência humanitária das Nações Unidas identificou na Guiné, Libéria e Serra Leoa, os três países mais afetados pela epidemia, 10 mil crianças que perderam um ou ambos os pais, e outros 6.000 que perderam a pessoa que cuidava deles (e que não era um de seus pais) antes da epidemia.
Até agora, o Unicef conseguiu que 5.000 deles encontrem uma pessoa pertencente à "família extensa" que possa se encarregar de seu cuidado.
Por outro lado, o Unicef teme que haja um intensificação dos casos de sarampo e de malária, até um aumento de um terço em relação de antes da epidemia, por causa da interrupção dos programas de vacinação e prevenção de doenças.
Para a Nigéria, onde os ataques de grupos armados se intensificaram nos últimos anos, o que provocou que mais de um milhão de pessoas no nordeste tenham tido que fugir de seus lares, o Unicef pede US$ 26,5 milhões.
Um ano depois do início do conflito na Ucrânia, o Unicef fez um chamada por US$ 32,45 milhões devido a que o país enfrenta uma crise humanitária, já que 5,2 milhões de pessoas vivem em área de conflito, há mais de 600 mil deslocados internos e cerca de 1,7 milhão de crianças são afetados.
Também estão incluídas no apelo as graves crises esquecidas que não recebem fundos suficientes, mas que puseram as crianças em uma situação de necessidade desesperada, entre elas a do Afeganistão (somente financiado em 35% em 2014), os Territórios Palestinos Ocupados (somente financiado em 23% em 2014) e Níger (só financiado em 35% em 2014).
Para as Américas, o Unicef solicita US$ 5,5 milhões para a Colômbia, US$ 22 milhões para o Haiti e US$ 5,7 milhões para o escritório regional.
O relatório lembra que na Colômbia, metade dos sete milhões de vítimas que causou o conflito interno em meio século são crianças, que sofreram deslocamentos forçados, recrutamento por grupos armados e violência sexual, entre outros. EFE