Unicef diz que seca pode matar 500 mil crianças no Nordeste da África
Criançam sofrem com desnutrição e necessitam de ajuda imediata, diz diretor-executivo da Unicef
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2011 às 11h10.
Nairóbi - A forte seca que castiga o Nordeste da África está ampliando o drama da desnutrição na região, advertiu neste domingo em Nairóbi, Anthony Lake, diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
"Meio milhão de crianças sofrem de desnutrição severa e estão em risco iminente de morrer. Precisam de ajuda imediata (...). Esta é uma crise muito grave", alertou Lake, em entrevista coletiva na capital queniana.
Lake compareceu ao lado do ministro de Desenvolvimento Internacional britânico, Andrew Mitchell, país que anunciou no sábado a doação de 60 milhões de euros de ajuda urgente para assistir aos afetados na Somália, Quênia e Etiópia.
Quase 11 milhões de pessoas, pelos cálculos do Unicef, enfrentam uma situação muito delicada no Nordeste da África, região que sofre a pior seca em seis décadas.
Na Somália, o país mais afetado, um em cada três habitantes precisa de ajuda alimentar de emergência, indicam as estimativas da União Africana (UA).
Milhares de famílias somalis estão fugindo da fome e da miséria e buscando auxílio no campo de refugiados de Dadaab (leste do Quênia), desenhado para 90 mil pessoas e considerado o maior do mundo, mas que atualmente acolhe mais de 300 mil refugiados.
"O que estamos vendo é quase uma tempestade perfeita: o conflito da Somália, os crescentes preços dos combustíveis e dos alimentos, a seca e a falta de chuvas. Ainda falta quatro ou cinco meses até a próxima colheita. Temos uma enorme tarefa pela frente", ressaltou o diretor-executivo do Unicef.
"Esta não é um crise de refugiados. Esta é uma crise regional. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para diminuir o impacto e salvar essas pessoas", ressaltou Lake, quem visitou durante quatro dias algumas das áreas mais prejudicadas no Quênia.
Na árida região de Turcana (norte do Quênia), Lake viu o "verdadeiro sofrimento" e o "rosto silencioso da crise", ao comprovar que as crianças, se têm sorte, sobrevivem comendo apenas uma vez ao dia.
À margem do fluxo diário de pessoas da Somália que procura refúgio em países vizinhos como o Quênia e a Etiópia, a crise impacta também "milhões de agricultores e pastores nesses dois países que dependem das chuvas para sua sobrevivência", segundo o Unicef.
"Não se trata só de salvar vidas ameaçadas, mas de salvar um modo de vida ameaçado", afirmou Lake, quem admitiu que a comunidade internacional "reagiu um pouco tarde" diante das consequências da seca no Nordeste da África, a região mais oriental do continente.
"Precisamos de mais recursos para trabalhar com estes milhões de crianças que estão em risco", acrescentou o responsável do Unicef.
Por sua vez, o ministro de Desenvolvimento Internacional britânico, Andrew Mitchell, que neste sábado viajou ao campo de refugiados de Dadaab, declarou-se "profundamente comovido pela magnitude deste desastre".
Em Dadaab, Mitchell foi testemunha da "silenciosa" chegada de "centenas de mães e crianças procedentes da Somália", e constatou que mais de 10 milhões de pessoas "correm perigo pela seca" na região.
"A comunidade internacional deveria reconhecer agora a gravidade do que está ocorrendo no Nordeste da África e fazer todo o possível para impedir que piore o que já é uma situação terrível", ressaltou o titular de Desenvolvimento Internacional britânico.
Mitchell reuniu-se neste domingo com o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, e elogiou a recente decisão do Governo queniano de abrir em breve perto de Dadaab outro campo de refugiados, com capacidade para abrigar 80 mil pessoas. EFE
Nairóbi - A forte seca que castiga o Nordeste da África está ampliando o drama da desnutrição na região, advertiu neste domingo em Nairóbi, Anthony Lake, diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
"Meio milhão de crianças sofrem de desnutrição severa e estão em risco iminente de morrer. Precisam de ajuda imediata (...). Esta é uma crise muito grave", alertou Lake, em entrevista coletiva na capital queniana.
Lake compareceu ao lado do ministro de Desenvolvimento Internacional britânico, Andrew Mitchell, país que anunciou no sábado a doação de 60 milhões de euros de ajuda urgente para assistir aos afetados na Somália, Quênia e Etiópia.
Quase 11 milhões de pessoas, pelos cálculos do Unicef, enfrentam uma situação muito delicada no Nordeste da África, região que sofre a pior seca em seis décadas.
Na Somália, o país mais afetado, um em cada três habitantes precisa de ajuda alimentar de emergência, indicam as estimativas da União Africana (UA).
Milhares de famílias somalis estão fugindo da fome e da miséria e buscando auxílio no campo de refugiados de Dadaab (leste do Quênia), desenhado para 90 mil pessoas e considerado o maior do mundo, mas que atualmente acolhe mais de 300 mil refugiados.
"O que estamos vendo é quase uma tempestade perfeita: o conflito da Somália, os crescentes preços dos combustíveis e dos alimentos, a seca e a falta de chuvas. Ainda falta quatro ou cinco meses até a próxima colheita. Temos uma enorme tarefa pela frente", ressaltou o diretor-executivo do Unicef.
"Esta não é um crise de refugiados. Esta é uma crise regional. Temos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para diminuir o impacto e salvar essas pessoas", ressaltou Lake, quem visitou durante quatro dias algumas das áreas mais prejudicadas no Quênia.
Na árida região de Turcana (norte do Quênia), Lake viu o "verdadeiro sofrimento" e o "rosto silencioso da crise", ao comprovar que as crianças, se têm sorte, sobrevivem comendo apenas uma vez ao dia.
À margem do fluxo diário de pessoas da Somália que procura refúgio em países vizinhos como o Quênia e a Etiópia, a crise impacta também "milhões de agricultores e pastores nesses dois países que dependem das chuvas para sua sobrevivência", segundo o Unicef.
"Não se trata só de salvar vidas ameaçadas, mas de salvar um modo de vida ameaçado", afirmou Lake, quem admitiu que a comunidade internacional "reagiu um pouco tarde" diante das consequências da seca no Nordeste da África, a região mais oriental do continente.
"Precisamos de mais recursos para trabalhar com estes milhões de crianças que estão em risco", acrescentou o responsável do Unicef.
Por sua vez, o ministro de Desenvolvimento Internacional britânico, Andrew Mitchell, que neste sábado viajou ao campo de refugiados de Dadaab, declarou-se "profundamente comovido pela magnitude deste desastre".
Em Dadaab, Mitchell foi testemunha da "silenciosa" chegada de "centenas de mães e crianças procedentes da Somália", e constatou que mais de 10 milhões de pessoas "correm perigo pela seca" na região.
"A comunidade internacional deveria reconhecer agora a gravidade do que está ocorrendo no Nordeste da África e fazer todo o possível para impedir que piore o que já é uma situação terrível", ressaltou o titular de Desenvolvimento Internacional britânico.
Mitchell reuniu-se neste domingo com o primeiro-ministro queniano, Raila Odinga, e elogiou a recente decisão do Governo queniano de abrir em breve perto de Dadaab outro campo de refugiados, com capacidade para abrigar 80 mil pessoas. EFE