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União Europeia prepara ofensiva contra o ebola

Ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão se reunir em Luxemburgo para preparar uma ofensiva conjunta contra a doença


	Duas ambulâncias chegam ao hospital Carlos 3º, em Madri, com pacientes suspeitos de estarem infectados com ebola
 (Juan Medina/Reuters)

Duas ambulâncias chegam ao hospital Carlos 3º, em Madri, com pacientes suspeitos de estarem infectados com ebola (Juan Medina/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2014 às 13h34.

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia vão se reunir na próxima segunda-feira em Luxemburgo para preparar uma ofensiva conjunta contra o ebola que, segundo uma ONG internacional, pode se transformar na "catástrofe da nossa geração".

O ebola está no centro das preocupações europeias, tendo causado mais de 4.500 mortes, a maioria na Guiné, na Libéria e em Serra Leoa, segundo os últimos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

"O objetivo (do encontro) é estimular a ação europeia", afirmou um diplomata. "Estamos em um momento crucial, e é preciso agir agora", acrescentou.

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, país que registra o maior número de mortes (mais de 2.000) fez um pedido em carta aberta: "O mundo inteiro deve participar da luta contra a doença, que não conhece fronteiras".

Embora o epicentro da epidemia esteja na África Ocidental, o surgimento de casos isolados na Espanha e nos Estados Unidos provocaram pânico e a implementação de rígidos controles sanitários.

A UE está sob pressão para doar mais recursos na luta contra a epidemia. Segundo uma fonte europeia, a ideia é articular a ajuda internacional em torno de três "países líderes": Estados Unidos para a Libéria, Reino Unido para Serra Leoa e França para a Guiné.

A China também decidiu se envolver depois de uma reunião neste domingo em Pequim entre os ministros das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, e chinês, Wang Yi. Os países anunciaram que promoverão "pesquisas conjuntas para combater o vírus".

No sábado, a ONG humanitária britânica Oxfam solicitou "uma presença militar maior, mais médicos e mais recursos para evitar a catástrofe humanitária definitiva da nossa época".

Em um comunicado, a Oxfam pede aos países europeus que sigam o exemplo do Reino Unido, que enviou um barco com recursos médicos a Serra Leoa. Londres pretende enviar 750 militares à ex-colônia para ajudar na construção de centros de tratamento.

Depois dos ministros europeus, os chefes de Estado e de governo da UE discutirão o tema do Ebola na quinta e na sexta-feira em uma cúpula em Bruxelas. Em uma mensagem a seus parceiros, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, pediu para um acordo "sobre uma nova série de medidas" frente à crise do Ebola. O líder britânico também quer mais "coordenação no controle dos pontos de entrada na Europa".

Depois de a França ter estabelecido controles nos aeroportos para os passageiros provenientes dos países africanos afetados, foi a vez da Bélgica anunciar a medida, através do primeiro-ministro Charles Michel.

Elogio a Cuba

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, elogiou a contribuição de Cuba na luta contra o Ebola, ao chegar à ilha para participar, na próxima segunda-feira, de uma reunião da Alba sobre essa febre hemorrágica.

Apesar de seus limitados recursos, Cuba ocupa a vanguarda do combate ao Ebola e enviou 165 médicos e enfermeiros à África em 1º de outubro. Eles ainda terão a companhia de outros compatriotas profissionais de saúde nos próximos dias.

No sábado, o presidente americano, Barack Obama, pediu que os americanos "não cedam à histeria" diante do Ebola.

"É uma doença séria, mas não podemos ceder à histeria ou ao medo, porque isto só torna mais difícil que as pessoas consigam as informações exatas de que precisam", disse Obama em seu discurso semanal.

Um homem liberiano morreu nos Estados Unidos com ebola no dia 8 de outubro e duas enfermeiras que o trataram foram contagiadas pelo vírus.

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