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União Europeia mantém compromisso com acordo com o Irã

Representante de política externa da UE, Federica Mogherini, disse que acordo é um elemento-chave da arquitetura mundial da não-proliferação nuclear

União Europeia: "Estou particularmente preocupada com o anúncio de novas sanções. Consultarei todos nossos parceiros nas próximas horas e dias para avaliar suas implicações", disse Mogherini (Valentyn Ogirenko/Reuters)

União Europeia: "Estou particularmente preocupada com o anúncio de novas sanções. Consultarei todos nossos parceiros nas próximas horas e dias para avaliar suas implicações", disse Mogherini (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de maio de 2018 às 18h18.

Última atualização em 8 de maio de 2018 às 18h42.

A alta representante de Política Externa da União Europeia (UE), Chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, em Kiev 12/3/2018 REUTERS/Valentyn Ogirenko, lamentou nesta terça-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de abandonar o acordo nuclear multilateral com o Irã, alcançado em 2015, e afirmou que os países-membros estão determinados a cumpri-lo.

"O acordo nuclear com o Irã é a culminação de 12 anos de diplomacia. Pertence a toda a comunidade internacional. Esteve funcionando e está cumprindo seu objetivo, que é garantir que o Irã não desenvolva armas nucleares. A UE está decidida a preservá-lo", destacou.

Além disso, Mogherini enviou uma mensagem ao povo iraniano e lhe pediu que não deixe que "ninguém desmantele" o acordo porque representa uma das maiores conquistas alcançadas pela comunidade internacional.

"A UE lamenta o anúncio do presidente dos Estados Unidos sobre o acordo nuclear com o Irã. Se os Estados Unidos reconsiderarem sua posição, serão bem-vindos", acrescentou a chefe da diplomacia comunitária.

Mogherini deixou claro que os Estados Unidos continuam sendo o "parceiro e amigo mais próximo" da UE e que, apesar desta decisão, os países-membros seguirão trabalhando junto com o governo Donald Trump em outras questões.

"Como sempre dissemos, o acordo nuclear não é um acordo bilateral e não está nas mãos de nenhum país acabar com ele de forma unilateral", ressaltou.

Além disso, considerou que o acordo nuclear com o Irã "é um elemento-chave da arquitetura mundial da não-proliferação nuclear" e que, além de ser "relevante por si próprio", é importante também pelo contexto atual e pela perspectiva de uma possível "desnuclearização da península da Coreia ".

Na opinião de Mogherini, "o acordo nuclear com o Irã é crucial para a segurança da região, da Europa e do mundo inteiro" e, por isso, pediu ao resto da comunidade internacional para que contribua para "garantir que continue sendo totalmente implementado", em prol da segurança coletiva.

Mogherini salientou que "enquanto o Irã continuar cumprindo seus compromissos relacionados com a energia nuclear, como está fazendo até agora, a UE seguirá comprometida com a implementação completa e efetiva do acordo nuclear".

Nesse sentido, lembrou que a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) "publicou dez relatórios que certificam que o Irã cumpriu plenamente seus compromissos".

A chefe da diplomacia comunitária também se referiu às sanções que Trump anunciou que voltará a impor ao Irã, por considerar de que há "provas" de que Teerã mentiu quando disse que seu programa atômico tinha fins pacíficos.

"Estou particularmente preocupada com o anúncio de novas sanções. Consultarei todos nossos parceiros nas próximas horas e dias para avaliar suas implicações. A UE está decidida a atuar de acordo com seus interesses de segurança e proteger seus investimentos econômicos", frisou.

Mogherini comentou que "a suspensão das sanções" é "uma parte essencial do acordo" e argumentou que "tem um impacto positivo nas relações comerciais e econômicas com o Irã, incluindo benefícios cruciais para o povo iraniano".

Nesta linha, confirmou que "a UE está plenamente comprometida a garantir que isto continue sendo cumprido".

"Este acordo pertence a todos e a cada um de nós. Se mantenham fiéis aos seus compromissos e nós nos manteremos fiéis aos nossos. E juntos, com o resto da comunidade internacional, conservaremos o acordo nuclear", concluiu.

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