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Unctad vê risco de deflação em economias desenvolvidas

Órgão da ONU responsável pelo comércio criticou fim das medidas de apoio a economia nos países mais ricos

A economia do mundo deve crescer 3,5% em 2010, segunda a Unctad (Unctad)

A economia do mundo deve crescer 3,5% em 2010, segunda a Unctad (Unctad)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2010 às 17h03.

Genebra - Economistas das Nações Unidas alertaram nesta terça-feira que a retirada das medidas de estímulo às economias desenvolvidas poderá desencadear uma espiral deflacionária como a que atingiu a economia japonesa nos anos 1990.

"Este é um dos maiores problemas que temos no mundo econômico neste momento, há um perigo deflacionário dramático", disse Heiner Flassbeck, economista-sênior da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad).

O relatório anual da Unctad sobre comércio e desenvolvimento, que foi divulgado nesta terça-feira, informa que a economia global crescerá a uma média de 3,5% este ano, antes de se contrair novamente em 2011.

Menciona que uma "saída prematura" do estado de intervenção para estimular a demanda poderia causar uma recuperação econômica "frágil".

"Uma continuidade da postura fiscal expansionista é necessária para evitar uma espiral deflacionária e uma posterior piora da situação do emprego", afirmou o relatório 2010.

"Está ficando claro que nem todos os países podem contar com as exportações para impulsionar o crescimento e o emprego; mais do que nunca, é necessário dar mais atenção ao fortalecimento da demanda doméstica", acrescentou.

Este relatório prevê que o crescimento cairá no ano que vem, enquanto as medidas de estímulo são retiradas, prolongando deficiências sistêmicas, como desequilíbrios nas contas-correntes globais.

Flassbeck prevê que o crescimento global ficará em uma média de 2% a 2,5% em 2011.

O "thinktank" da ONU pediu que os países dos G20, de nações desenvolvidas e emergentes, mantenham sua intenção de coordenar as políticas econômicas, em meio a sinais de que a retomada será significativamente diferente de cada lado do Atlântico e na China.

Flassbeck notou que os Estados Unidos têm perseguido uma política monetária "agressiva".

"Nós temos exatamente o mesmo perigo que ocorreu no Japão depois da explosão da bolha no começo dos anos 1990, esse problema agora ameaça a economia americana, porque a renda nos Estados Unidos está caindo pela primeira vez desde 1950", disse a jornalistas.

Nem EUA, China, zona do euro ou Japão estão na posição de servir de motor ao crescimento para a economia mundial, já que os ajustes pós-crise reduziram seu peso, afirmou o relatório.

Proprietários de residências foram forçados a cortar suas dívidas e gastos nos Estados Unidos, enquanto a China está tentando mover-se de uma economia voltada às exportações para uma economia impulsionada pelo consumo interno. Os europeus, por sua vez, preferiram a austeridade fiscal.

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