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Unasul reúne líderes para tratar de "ofensa" a Morales

A presidente argentina foi quem propôs que reunião de presidentes fosse realizada na Bolívia e não no Peru, país responsável pela secretaria rotatória da Unasul


	"Terá que ser definido se uma desculpa diplomática será o suficiente, ou se adotarão outras medidas além desso", acrescentou a nota da Unasul
 (Maxim Shemetov/AFP)

"Terá que ser definido se uma desculpa diplomática será o suficiente, ou se adotarão outras medidas além desso", acrescentou a nota da Unasul (Maxim Shemetov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 18h20.

La Paz - Os presidentes de Argentina, Bolívia, Equador, Suriname, Uruguai e Venezuela irão se reunir nesta quinta-feira na cidade boliviana de Cochabamba para analisar a crise com a Europa que começou após o incidente sofrido pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que teve o avião retido, além de três países terem proibido a sua passagem pelo espaço aéreo e a sua aterrissagem.

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner; do Equador, Rafael Correa; do Suriname, Desiré Bouterse; do Uruguai, José Mujica; e da Venezuela, Nicolás Maduro, se reunirão nas próximas horas em Cochabamba, informaram fontes oficiais bolivianas.

Está previsto que a reunião, que também tem como objetivo demonstrar apoio a Morales, comece por volta das 17h (horário local, 18h de Brasília) em um hotel de Cochabamba.

Antes, alguns dos líderes participarão de um encontro com as organizações sociais afins ao Governo Morales.

A presidente argentina foi quem propôs que esta reunião de presidentes fosse realizada na Bolívia e não no Peru, país responsável pela secretaria rotatória da Unasul.

Cristina Kirchner, que considerou o que aconteceu com Morales como uma ofensa "a todas as nações latino-americanas", justificou sua proposta de encontro como uma "maneira de amenizar não somente a situação do presidente Evo Morales, mas também a do próprio povo boliviano".

Segundo antecipou o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Alí Rodríguez, a reunião extraordinária convocada pelo bloco tratará a "ofensa" sofrida por Morales.

Em comunicado, a Unasul afirmou que durante a reunião será analisada "a relação desses países europeus com os membros da Unasul, pois todos eles têm grandes interesses na região".


"Terá que ser definido se uma desculpa diplomática será o suficiente, ou se adotarão outras medidas além desso", acrescentou a nota da Unasul.

Até a manhã desta quinta, também se comentava a possível presença do presidente peruano, Ollanta Humala, mas fontes da presidência informaram que a reunião não estava na agenda do líder e não disseram se algum representante do país iria em seu lugar.

A presidente Dilma Rousseff não irá, mas vai enviar à cidade o vice-chanceler, Eduardo dos Santos. Juan Manuel Santos, da Colômbia, e Sebastián Piñera, do Chile, também não estarão presentes, mas condenaram nas últimas horas o incidente sofrido por Morales.

O avião de Morales, que retornava da Rússia na última terça-feira em direção à Bolívia, não pôde sobrevoar nem aterrissar em alguns países europeus e teve que fazer um pouso forçado em Viena (Áustria) por causa da suspeita de levar à bordo o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos por revelar operações de espionagem.

Morales acusou França, Itália, Portugal e Espanha de terem feito impedimentos a seu itinerário devido a essa suspeita e chegou a considerar que recebeu tratamento discriminatório e típico de um "sequestro" porque não pôde voltar a seu país pela rota aprovada previamente.

Os países citados por ele deram explicações, se desculparam e até mesmo negaram, como no caso da Espanha, que teriam imposto obstáculos à viagem de Morales. Antes de poder voar de volta para a Bolívia, o presidente fez uma escala nas Ilhas Canárias após ficar retido em Viena durante quase 14 horas.

Morales disse que "não basta receber desculpas" dos países europeus que impediram o trânsito aéreo e que seu governo buscará "impor" tratados e normas internacionais para respaldar sua reivindicação perante organismos internacionais.

Para o presidente boliviano, por trás do incidente diplomático está a pressão dos Estados Unidos sobre os países europeus e um tipo de vingança por ele ser um dos principais críticos do "imperialismo" e do capitalismo.

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