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Unasul compara Trump a "Godzilla" na política mundial

O ex-presidente colombiano (1994-98) afirmou que a eleição de Trump seria "retornar ao passado, ao imperialismo cru, ao fanatismo religioso"


	Trump: "É claro (que estamos refletindo). Não apenas refletindo, mas aterrorizados, aterrorizados", disse Samper
 (Jonathan Ernst / Reuters)

Trump: "É claro (que estamos refletindo). Não apenas refletindo, mas aterrorizados, aterrorizados", disse Samper (Jonathan Ernst / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2016 às 09h19.

O secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, equiparou nesta terça-feira uma eventual eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos a uma "chegada de 'Godzilla' à política mundial", e se disse aterrorizado diante desta perspectiva.

Em uma entrevista à AFP em Paris, o ex-presidente colombiano (1994-98) afirmou que a eleição de Trump seria "retornar ao passado, ao imperialismo cru, ao fanatismo religioso".

E indicou que na Unasul, a organização que reúne os doze países da América do Sul, já existe uma reflexão sobre a eventualidade de que Trump, que só espera sua indicação formal como candidato republicano para as eleições de novembro, vença a provável candidata democrata Hillary Clinton.

"É claro (que estamos refletindo). Não apenas refletindo, mas aterrorizados, aterrorizados", disse Samper, que comparou o magnata a Godzilla, o monstro que há mais de meio século espalha o pavor nas telas de cinema.

Trump varreu todos os seus adversários nas primárias republicanas, em uma campanha na qual não hesitou em insultar as mulheres, os mexicanos e os muçulmanos.

Entre suas promessas figuram a construção de um muro na fronteira mexicana, fazendo o México pagar por ele, e expulsar dos Estados Unidos 11 milhões de imigrantes ilegais, em sua maioria de origem latino-americana.

O pré-candidato declarou na última semana ter conseguido os delegados necessários para garantir a nomeação do Partido Republicano para as eleições presidenciais de novembro, um feito que muito poucos consideravam possível há um ano.

"Sinto-me honrado", disse Trump na última quinta-feira em uma coletiva de imprensa, cercado de vários delegados que anunciaram seu apoio na convenção partidária, permitindo-lhe superar a barreira dos 1.237 representantes para selar sua vitória.

"As pessoas que nos apoiam nos permitiram superar a barreira" do número mínimo de delegados, prosseguiu Trump na coletiva em Bismarck, Dakota do Norte (noroeste).

"Acredito que (Trump) representa o que existe de mais mesquinho na política americana", disse Samper, também comparando o magnata ao best-seller dos anos 1950 (adaptado ao cinema) "Quando Irmãos se Defrontam", que satiriza a arrogância e a incompetência de um diplomata americano em uma intervenção militar no sudeste asiático.

Trump "representa todos os capítulos deste livro", disse Samper.

Samper realiza uma viagem pela Europa que já o levou ao Vaticano, onde na semana passada foi recebido pelo papa Francisco.

Na França, participa do lançamento de uma Semana da América Latina e do Caribe, paralela a um Fórum sobre a região organizado pela OCDE.

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