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Uma "Segunda Revolução" preocupa as autoridades na Líbia

Dois anos depois da revolução que derrubou Kadafi, crescem as críticas às novas autoridades líbias por sua incapacidade de realizar reformas

Líbios comemoram o primeiro aniversário da revolução no país em 2012: as novas reivindicações vão da exclusão dos dirigentes do antigo regime à queda do novo regime (Mahmud Turkia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 11h45.

Trípoli - Dois anos depois da Revolução Líbia , que derrubou e liquidou o ditador Muammar Kadafi, e num momento em que crescem as críticas às novas autoridades líbias por sua incapacidade de realizar reformas, as convocações de manifestação para 15 de fevereiro se multiplicam e, inclusive, alguns já falam de uma "Segunda Revolução", o que preocupa muito os atuais governantes.

As autoridades colocaram seus serviços de segurança em alerta para evitar distúrbios por ocasião as celebrações do aniversário da "Revolução de 17 de Fevereiro".

As novas reivindicações vão da exclusão dos dirigentes do antigo regime à queda do novo regime, passando pela dissolução das milícias armadas ou a reforma da educação superior.

Em Trípoli circulam alguns panfletos que incentivam uma "revolta popular" e a "desobediência civil" para fazer o regime cair, e convidam os líbios a acumular alimentos e combustível ante a possibilidade de o país ficar paralisado a partir de 15 de fevereiro.

Estes chamados, que se originam em Benghazi (leste), são reproduzidos nas redes sociais e na imprensa por vários grupos líbios, entre eles os partidários do federalismo e organizações da sociedade civil.

"Os chamados para se manifestar se justificam por um acúmulo de problemas", declarou à AFP Mohamed Al Mufti, um antigo preso político que menciona a inflação, o custo de vida e o alto desemprego entre os jovens.

"Este movimento também tem motivações políticas sobre o federalismo, e a crítica às decisões da Assembleia e governo", explicou.


Para Zahia Attia, militante político, "serão passeatas de protesto pacíficas para denunciar o fracasso da Assembleia Nacional em avançar em temas como a reconciliação nacional, a repartição dos recursos (...) e a redação de uma Constituição".

As autoridades realizaram várias reuniões para organizar as comemorações de 17 de fevereiro, e principalmente prepararam um plano de segurança ante as manifestações de 15 de fevereiro. De fato, Trípoli teme distúrbios similares aos que atingiram o Egito por ocasião do segundo aniversário da "Revolução Egípcia de 25 de janeiro"

O ministro líbio do Interior, Ashur Shwayel, expressou seus "temores de que as manifestações de 15 de fevereiro percam seu carácter pacífico".

Amor Bushaala, membro da Coordenação de Organizações da Sociedade Civil, exigiu que as manifestações sejam pacíficas para que sua organização participe nelas.

"As reivindicações devem centrar-se na correção processo da revolução e não questionar a Assembleia Nacional ou o governo, que são instituições legítimas", afirmou.

Dirigentes de várias organizações, entre elas grupos islamistas, acusam os leais ao antigo regime de estarem por trás dessas convocações para manifestação, segundo eles destinadas a "semear a desordem e perpetuar a instabilidade no país".

No Facebook, internautas contrários a esses chamados enfatizaram que "as instituições são legítimas e que não há razão para que sejam questionadas".

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Trípoli - Dois anos depois da Revolução Líbia , que derrubou e liquidou o ditador Muammar Kadafi, e num momento em que crescem as críticas às novas autoridades líbias por sua incapacidade de realizar reformas, as convocações de manifestação para 15 de fevereiro se multiplicam e, inclusive, alguns já falam de uma "Segunda Revolução", o que preocupa muito os atuais governantes.

As autoridades colocaram seus serviços de segurança em alerta para evitar distúrbios por ocasião as celebrações do aniversário da "Revolução de 17 de Fevereiro".

As novas reivindicações vão da exclusão dos dirigentes do antigo regime à queda do novo regime, passando pela dissolução das milícias armadas ou a reforma da educação superior.

Em Trípoli circulam alguns panfletos que incentivam uma "revolta popular" e a "desobediência civil" para fazer o regime cair, e convidam os líbios a acumular alimentos e combustível ante a possibilidade de o país ficar paralisado a partir de 15 de fevereiro.

Estes chamados, que se originam em Benghazi (leste), são reproduzidos nas redes sociais e na imprensa por vários grupos líbios, entre eles os partidários do federalismo e organizações da sociedade civil.

"Os chamados para se manifestar se justificam por um acúmulo de problemas", declarou à AFP Mohamed Al Mufti, um antigo preso político que menciona a inflação, o custo de vida e o alto desemprego entre os jovens.

"Este movimento também tem motivações políticas sobre o federalismo, e a crítica às decisões da Assembleia e governo", explicou.


Para Zahia Attia, militante político, "serão passeatas de protesto pacíficas para denunciar o fracasso da Assembleia Nacional em avançar em temas como a reconciliação nacional, a repartição dos recursos (...) e a redação de uma Constituição".

As autoridades realizaram várias reuniões para organizar as comemorações de 17 de fevereiro, e principalmente prepararam um plano de segurança ante as manifestações de 15 de fevereiro. De fato, Trípoli teme distúrbios similares aos que atingiram o Egito por ocasião do segundo aniversário da "Revolução Egípcia de 25 de janeiro"

O ministro líbio do Interior, Ashur Shwayel, expressou seus "temores de que as manifestações de 15 de fevereiro percam seu carácter pacífico".

Amor Bushaala, membro da Coordenação de Organizações da Sociedade Civil, exigiu que as manifestações sejam pacíficas para que sua organização participe nelas.

"As reivindicações devem centrar-se na correção processo da revolução e não questionar a Assembleia Nacional ou o governo, que são instituições legítimas", afirmou.

Dirigentes de várias organizações, entre elas grupos islamistas, acusam os leais ao antigo regime de estarem por trás dessas convocações para manifestação, segundo eles destinadas a "semear a desordem e perpetuar a instabilidade no país".

No Facebook, internautas contrários a esses chamados enfatizaram que "as instituições são legítimas e que não há razão para que sejam questionadas".

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