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Uma rota alternativa

A entrada na bolsa de Chicago costuma ser mais simples -- mas lá os créditos valem menos

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h26.

As empresas que não conseguem aprovar seus projetos pelas regras estabelecidas em Kyoto podem certificar e vender créditos de carbono nos mercados voluntários -- ou seja, em que os compradores não são signatários do protocolo, como os Estados Unidos. O principal deles é a Bolsa de Clima de Chicago (CCX). O caminho para entrar nesse mercado costuma ser menos árduo do que as etapas de ingresso no MDL. Na CCX, o processo leva em média um ano -- metade do tempo consumido no mercado regido por Kyoto. O custo de todo o projeto também tende a ser mais baixo, com um teto de 100 000 reais -- ante os 200 000 no caso do mercado europeu. "É uma boa opção para casos em que há mérito ambiental, mas sem aprovação em Kyoto em virtude de problemas com a comprovação da metodologia", diz Walfredo Schindler, diretor-superintendente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Criada em 2003, a CCX tem a adesão de grandes empresas, como Ford, Motorola e Cargill.

O volume de compra e venda da CCX movimentou, porém, apenas 30 milhões de dólares no primeiro semestre de 2007.

Como é um mercado de adesão voluntária, os preços em Chicago são muito mais baixos em comparação aos outros -- e essa é a principal desvantagem da bolsa. No final de novembro, a tonelada de gás carbônico era negociada a 2 dólares, ante uma média de 32 dólares na Europa. Hoje, nove empresas brasileiras estão associadas à CCX. A maioria delas atua nas áreas de papel e celulose, como Klabin e Aracruz, que tradicionalmente não conseguem aprovar seus projetos florestais segundo as regras de Kyoto. Ainda que os critérios para aceitar esse tipo de proposta sejam mais flexíveis em Chicago, a auditoria dos projetos florestais pelos órgãos credenciados pela bolsa demora mais do que no caso dos demais (de 12 a 15 meses), por causa da complexidade dos cálculos do estoque de carbono da floresta. A Aracruz aguarda para o final de 2007 o relatório da auditoria iniciada em outubro de 2005 em suas fábricas e florestas de eucalipto plantadas na Bahia e no Espírito Santo. "Precisamos ter paciência", afirma Rosane Borges, gerente corporativa de meio ambiente da Aracruz.

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