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Uma geração de soldados marcada pelo 11 de Setembro serve no Afeganistão

Atentados levaram jovens a se alistarem no exército americano, assim como aconteceu a inúmeros outros soldados hoje servindo no Afeganistão

Torres gêmeas ficam em chamas após serem atingidas por aviões  (Robert Giroux/Getty Images)

Torres gêmeas ficam em chamas após serem atingidas por aviões (Robert Giroux/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2011 às 08h08.

Base de Bagram - A subtenente Holly Kellmurray era apenas uma colegial de 13 anos, no dia 11 de setembro de 2001, mas o ataque contra as torres gêmeas de Nova York fez com que acabasse, mais tarde, decidindo alistar-se, assim como aconteceu a inúmeros outros soldados americanos, hoje servindo no Afeganistão.

Naquele dia, soube dos atentados ainda no banco da escola, situada à oeste do Estado de Nova York, perto das cataratas do Niágara e da fronteira canadense, bem longe de Manhattan. Dez anos mais tarde, ela presta serviço na imensa base americana de Bagram, no Afeganistão.

"Não me interessava pelo exército antes do 11 de Setembro. Passei, depois, a ser literalmente imbuída de patriotismo. Foi como se tivesse mexido numa tecla de sintonia e disse a mim mesma : +devo servir a meu país+", contou ela.

"Para ser honesta, não sabia o que era o World Trade Center", situado a oito horas do local onde eu vivia, então, "mas soube que era um ataque contra a América", prosseguiu.

Cerca de 3.000 pessoas morreram durante os ataques do 11 de Setembro, assumidos pela Al-Qaeda e praticados por terroristas suicidas que tomaram o comando de quatro aviões de carreira. 


Dois aparelhos foram projetados contra as torres gêmeas de Nova York; um terceiro, contra o Pentágono, em Washington; o quarto acabou caindo num campo.

No dia 7 de outubro seguinte, os Estados Unidos desencadeavam uma ofensiva contra o Afeganistão para tentar encontrar aí o cérebro dos ataques, Osama bin Laden, e derrubar o regime talibã afegão que se recusara a entregá-lo.

Em Bagram, um pedaço da viga metálica do World Trade Center, com a data 11/09/2001 gravada, e no qual está hasteada uma pequena bandeira americana, foi colocado diante do principal quartel-general da base.

Naquele dia, o capitão John Salazar, um nova-iorquino do Brooklyn, saía do metrô em Manhattan quando viu as torres gêmeas em fogo, ouvindo, em seguida, o estrondo pavoroso de seu desmoronamento e a subida para os céus de uma "nuvem" de cinzas. Um de seus colegas do liceu perdeu a vida ali.

Estudava e era já reservista na época, mas foi certamente, o dia 11 de Setembro que o conduziu ao Afeganistão.

O 11 de Setembro "é um dos momentos determinantes de minha vida, não há nenhuma dúvida quanto a isso (...) o que aconteceu, então, levou minha vida a uma trajetória totalmente diferente", explicou o capitão Salazar, de 36 anos.

"Estou no Afeganistão e isso, talvez, não acontecesse" se não fossem os atentados, prosseguiu. "Quando desembarquei no país, no dia 24 de junho de 2010, refleti sobre o meu destino, vivi isso como uma redenção, porque eu era capaz, enfim, de fazer alguma coisa", acrescentou.


No dia 11 de setembro de 2001, "não sabia muito sobre o Afeganistão e os talibãs eram um mistério", lembrou-se ele. Dez anos após os atentados, o exército americano continua a enfrentar os talibãs, cuja insurreição não 'cessou de se intensificar e estender.

Nos meses seguintes ao 11 de Setembro, explodiram os pedidos de alistamento no exército. "A cólera dominava a todos", lembrou-se a sargento Celia Torres, que trabalhava, então, num escritório de recrutamento, perto de Nova York. Segundo ela, "muitos dos que vieram (se alistar) eram pessoas que tinham perdido alguém, nas torres".

"É difícil enpregar a palavras revanche. Tentamos não usar essas palavras - vingança, desforra - mas era o que as pessoas sentiam. Todos queriam devolver os golpes", desabafou.

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