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Uma em cada três mulheres sofrem violência na América Latina

Segundo a ONU, apesar de avanços conquistados em matéria de igualdade de gênero, "a violência doméstica ainda faz parte do cotidiano" nessa região

Mulheres participam de um ato contra a violência doméstica e a globalização, no México (Omar Torres)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2012 às 18h07.

Panamá - A ONU Mulheres denunciou nesta quarta-feira, no Panamá, que uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência na América Latina e 16% delas já foram vítimas de constrangimento e abuso sexual alguma vez na vida.

Apesar de avanços conquistados em matéria de igualdade de gênero, "a violência doméstica ainda faz parte do cotidiano da América Latina", disse à AFP Moni Pizani, representante da ONU Mulheres para a região, citando os números contidos no informe "O Progresso das Mulheres no Mundo", elaborado pelas Nações Unidas com dados de 2011.

A violência contra a população feminina é uma realidade na região, apesar de 97% dos países terem aprovado leis severas contra tal situação e num momento em que os maus-tratos vêm tendo menos aceitação social entre todos os segmentos.

De acordo com pesquisas realizadas em nações latino-americanas, 85% das pessoas ouvidas afirmam que a agressão feita pelo marido ou companheiro não tem justificativa, em nenhum caso. No entanto, pensam o contrário 15% dos brasileiros e 20% dos entrevistados no México, Uruguai e Trinidad y Tobago, assim como 10% dos chilenos, diz o estudo.

O documento também destaca que embora a América Latina e o Caribe "possuam uma boa legislação contra a violência doméstica (...) são poucos os países que punem explicitamente esse comportamento, quando ocorre entre quatro paredes, dentro do casamento" - um fenômeno mais comum do que se pensa.

"Agora, as mulheres se atrevem a denunciar. Antes, sofriam os maus-tratos e coerções caladas, uma vez que o assunto era considerado da esfera privada. Enfim, conseguiu-se avançar um pouco, mas ainda falta muito a ser feito", insistiu Moni Pizani.

Ela também destacou violações sofridas pelas mulheres no mundo do trabalho, citando, por exemplo, a discriminação sexual.

Segundo o estudo citado pela representante da ONU, 53% da mão de obra na América Latina e Caribe é constituída de mulheres, que também são a maioria com diplomas universitários.


"No entanto, a desigualdade salarial ainda é notável em alguns países, onde as trabalhadoras recebem uma remuneração 40% inferior ao de um homem" para exercer as mesmas funções.

A ONU Mulheres, criada em 2010, trabalha com as premissas de que as mulheres e meninas em todo o mundo têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento.

Defende a participação equitativa das mulheres em todos os aspectos da vida, destacando áreas prioritárias, como o aumento da liderança feminina; a eliminação da violência de gênero e o engajamento das mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança. Incentiva, ainda, os governos a aprimorar o 'empoderamento' econômico das mulheres e colocar a igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos ligados ao desenvolvimento.

A ONU Mulheres trabalha, ainda, junto aos governos e à sociedade civil para formular leis, políticas, programas e serviços necessários à implementação desses padrões.

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Panamá - A ONU Mulheres denunciou nesta quarta-feira, no Panamá, que uma em cada três mulheres sofre algum tipo de violência na América Latina e 16% delas já foram vítimas de constrangimento e abuso sexual alguma vez na vida.

Apesar de avanços conquistados em matéria de igualdade de gênero, "a violência doméstica ainda faz parte do cotidiano da América Latina", disse à AFP Moni Pizani, representante da ONU Mulheres para a região, citando os números contidos no informe "O Progresso das Mulheres no Mundo", elaborado pelas Nações Unidas com dados de 2011.

A violência contra a população feminina é uma realidade na região, apesar de 97% dos países terem aprovado leis severas contra tal situação e num momento em que os maus-tratos vêm tendo menos aceitação social entre todos os segmentos.

De acordo com pesquisas realizadas em nações latino-americanas, 85% das pessoas ouvidas afirmam que a agressão feita pelo marido ou companheiro não tem justificativa, em nenhum caso. No entanto, pensam o contrário 15% dos brasileiros e 20% dos entrevistados no México, Uruguai e Trinidad y Tobago, assim como 10% dos chilenos, diz o estudo.

O documento também destaca que embora a América Latina e o Caribe "possuam uma boa legislação contra a violência doméstica (...) são poucos os países que punem explicitamente esse comportamento, quando ocorre entre quatro paredes, dentro do casamento" - um fenômeno mais comum do que se pensa.

"Agora, as mulheres se atrevem a denunciar. Antes, sofriam os maus-tratos e coerções caladas, uma vez que o assunto era considerado da esfera privada. Enfim, conseguiu-se avançar um pouco, mas ainda falta muito a ser feito", insistiu Moni Pizani.

Ela também destacou violações sofridas pelas mulheres no mundo do trabalho, citando, por exemplo, a discriminação sexual.

Segundo o estudo citado pela representante da ONU, 53% da mão de obra na América Latina e Caribe é constituída de mulheres, que também são a maioria com diplomas universitários.


"No entanto, a desigualdade salarial ainda é notável em alguns países, onde as trabalhadoras recebem uma remuneração 40% inferior ao de um homem" para exercer as mesmas funções.

A ONU Mulheres, criada em 2010, trabalha com as premissas de que as mulheres e meninas em todo o mundo têm o direito a uma vida livre de discriminação, violência e pobreza, e de que a igualdade de gênero é um requisito central para se alcançar o desenvolvimento.

Defende a participação equitativa das mulheres em todos os aspectos da vida, destacando áreas prioritárias, como o aumento da liderança feminina; a eliminação da violência de gênero e o engajamento das mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança. Incentiva, ainda, os governos a aprimorar o 'empoderamento' econômico das mulheres e colocar a igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos ligados ao desenvolvimento.

A ONU Mulheres trabalha, ainda, junto aos governos e à sociedade civil para formular leis, políticas, programas e serviços necessários à implementação desses padrões.

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