Um Brexit melhor ou nenhum Brexit: o dilema do Partido Trabalhista
Oposição britânica está dividida sobre qual a melhor estratégia a ser adotada em sua conferência anual, que começa neste sábado
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 06h58.
Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 07h32.
São Paulo — O futuro político do Reino Unido voltará à pauta quando o partido Trabalhista britânico realizar sua conferência anual a partir deste sábado. Um dos principais temas em discussão é qual será o papel do partido caso um segundo referendo sobre o Brexit, o desembarque da União Europeia, seja convocado.
O partido segue dividido entre defender uma proposta de saída mais suave, e organizada, e jogar tudo às favas e fazer pressão pelo fim do Brexit , projeto que tem amarrado a política britânica nos últimos três anos.
Jeremy Corbyn, o líder trabalhista que pode acabar primeiro-ministro caso o atual ocupante do cargo, Boris Johnson, fracasse, tem defendido a moderação. Mas alas do partido afirmam que uma postura branda coloca em risco o próprio futuro dos trabalhistas, que poderiam ser suplantados pelos Liberais Democratas, mais incisivos no abandono do Brexit.
A principal questão em aberto para o Brexit, a fronteira entre as Irlandas, continua indefinida. Nesta sexta-feira o ministro das relações exteriores da Irlanda, Simon Coveney, disse que Londres precisa de propostas sérias, e que a decisão ainda não está próxima, embora o humor tenha melhorado. “Todos nós queremos um acordo. Sabemos que uma saída sem acordo será muito muito ruim para todos, particularmente para a Irlanda”, disse à BBC.
O debate é como manter aberta a fronteira seca entre os dois países sem com isso arruinar o projeto de saída da União Europeia — a Irlanda continuará fazendo parte do bloco.
Boris Johnson segue afirmando que quer fechar um acordo provisório em encontro com a União Europeia em 17 e 18 de setembro, mas que se não for possível vai levar a cabo o plano de desembarque de qualquer forma. O prazo do Brexit é 31 de outubro. A União Europeia já concordou em adiá-lo, desde que o governo britânico apresente um plano, o que ainda não foi feito.