Um ano depois, familiares do voo MH370 estão no 'limbo'
Muitos parentes alegam que não houve avanços desde 24 de março, 15 dias depois do desaparecimento do MH370
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2015 às 10h28.
Kuala Lumpur - Os familiares e amigos dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines ainda se sentem em um 'limbo' e exigem respostas sobre o desaparecimento do avião, que neste domingo completa um ano.
'Viver no limbo resume como está sendo a vida durante o último ano', comentou à Agência Efe KS Narendran em um e-mail escrito da cidade de Chennai, na Índia.
Narendran é o marido de Chandrika Sharma, uma das passageiras do MH370, que foi declarada oficialmente desaparecida em um 'acidente', embora nenhuma parte do avião tenha sido encontrada ou algum corpo tenha aparecido.
Em sua opinião, a gestão da crise feita pelas autoridades malaias e pela companhia aérea foi 'péssima', e no último ano todos se sentiram diante de um abismo perante as incógnitas em torno do desaparecimento da aeronave.
'O governo malaio foi muito insensível. Com o tempo, também perderam a credibilidade. É difícil confiar no que eles contam. A gestão carece de transparência e nos leva a suspeitar que as explicações não são sinceras', relatou.
Para Narendran, a busca da verdade até o fim deve ser a melhor garantia para a segurança de todos no futuro, mas parece que não é isso que vem acontecendo.
Muitos parentes alegam que não houve avanços desde 24 de março, 15 dias depois do desaparecimento do MH370, quando o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, declarou que o avião tinha acabado 'em algum lugar remoto do oceano Índico'.
'Não acho que o avião esteja onde dizem', afirmou à Efe em uma conversa por telefone de Kuala Lumpur Sarah Bajc, uma americana cujo marido, Philip Wood, também estava no voo.
Sarah e Narendran são os porta-vozes das famílias mais ativos nas redes sociais e os mais críticos à gestão da crise do MH370.
'Não há evidências concretas de que o avião esteja lá, como também não há evidências de que sofreu um acidente. As autoridades malaias deram sua versão e a repetiram várias vezes até que as pessoas começaram a acreditar, apesar de não ser verdade o que eles disseram', argumentou Sarah.
O governo malaio e os responsáveis da Malaysia Airlines negam as críticas e afirmam ainda que em 29 de fevereiro declararam o desaparecimento um acidente 'pensando nas famílias', para que possam pedir as indenizações do seguro.
'Como podem dizer que fazem isso pensando nas famílias se nunca fizeram nada por nós?', questionou Sarah, para quem o governo já mente há bastante tempo e apenas aguarda para que o mundo esqueça os fatos.
'Tentam nos fazer acreditar que foi um acidente, que todas as pessoas que estavam a bordo morreram. Pedem para que esqueçamos o que aconteceu e que sigamos com nossas vidas. Não querem assumir a responsabilidade', acrescentou.
A americana declarou ainda que as autoridades inclusive cometeram 'negligência criminosa' ao permitir que o avião voasse fora de controle sobre seu espaço aéreo à toa.
'O avião estava sob sua responsabilidade e eles são culpados pelo que aconteceu nesses primeiros momentos. Não podemos aceitar que as autoridades militares não tenham feito nada quando o avião, já fora de controle, sobrevoava o espaço aéreo da península da Malásia', considerou.
A operação de busca, cuja primeira fase chegou a contar com a participação de 26 países e na qual se pentearam até 2,24 milhões de milhas náuticas (4,14 milhões de km), é mantida atualmente no oceano Índico, cerca de dois mil quilômetros ao oeste da cidade australiana de Perth e sobre uma superfície de 60 mil quilômetros quadrados.
'Se não investigarmos o que aconteceu da próxima vez pode acontecer com você', concluiu Sarah.
O avião de Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março de 2014 após mudar de rota em uma 'ação deliberada', segundo especialistas, apenas 40 minutos depois de ter decolado de Kuala Lumpur com direção a Pequim.
No voo MH370 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 formavam a tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois iranianos. EFE
Kuala Lumpur - Os familiares e amigos dos passageiros do voo MH370 da Malaysia Airlines ainda se sentem em um 'limbo' e exigem respostas sobre o desaparecimento do avião, que neste domingo completa um ano.
'Viver no limbo resume como está sendo a vida durante o último ano', comentou à Agência Efe KS Narendran em um e-mail escrito da cidade de Chennai, na Índia.
Narendran é o marido de Chandrika Sharma, uma das passageiras do MH370, que foi declarada oficialmente desaparecida em um 'acidente', embora nenhuma parte do avião tenha sido encontrada ou algum corpo tenha aparecido.
Em sua opinião, a gestão da crise feita pelas autoridades malaias e pela companhia aérea foi 'péssima', e no último ano todos se sentiram diante de um abismo perante as incógnitas em torno do desaparecimento da aeronave.
'O governo malaio foi muito insensível. Com o tempo, também perderam a credibilidade. É difícil confiar no que eles contam. A gestão carece de transparência e nos leva a suspeitar que as explicações não são sinceras', relatou.
Para Narendran, a busca da verdade até o fim deve ser a melhor garantia para a segurança de todos no futuro, mas parece que não é isso que vem acontecendo.
Muitos parentes alegam que não houve avanços desde 24 de março, 15 dias depois do desaparecimento do MH370, quando o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, declarou que o avião tinha acabado 'em algum lugar remoto do oceano Índico'.
'Não acho que o avião esteja onde dizem', afirmou à Efe em uma conversa por telefone de Kuala Lumpur Sarah Bajc, uma americana cujo marido, Philip Wood, também estava no voo.
Sarah e Narendran são os porta-vozes das famílias mais ativos nas redes sociais e os mais críticos à gestão da crise do MH370.
'Não há evidências concretas de que o avião esteja lá, como também não há evidências de que sofreu um acidente. As autoridades malaias deram sua versão e a repetiram várias vezes até que as pessoas começaram a acreditar, apesar de não ser verdade o que eles disseram', argumentou Sarah.
O governo malaio e os responsáveis da Malaysia Airlines negam as críticas e afirmam ainda que em 29 de fevereiro declararam o desaparecimento um acidente 'pensando nas famílias', para que possam pedir as indenizações do seguro.
'Como podem dizer que fazem isso pensando nas famílias se nunca fizeram nada por nós?', questionou Sarah, para quem o governo já mente há bastante tempo e apenas aguarda para que o mundo esqueça os fatos.
'Tentam nos fazer acreditar que foi um acidente, que todas as pessoas que estavam a bordo morreram. Pedem para que esqueçamos o que aconteceu e que sigamos com nossas vidas. Não querem assumir a responsabilidade', acrescentou.
A americana declarou ainda que as autoridades inclusive cometeram 'negligência criminosa' ao permitir que o avião voasse fora de controle sobre seu espaço aéreo à toa.
'O avião estava sob sua responsabilidade e eles são culpados pelo que aconteceu nesses primeiros momentos. Não podemos aceitar que as autoridades militares não tenham feito nada quando o avião, já fora de controle, sobrevoava o espaço aéreo da península da Malásia', considerou.
A operação de busca, cuja primeira fase chegou a contar com a participação de 26 países e na qual se pentearam até 2,24 milhões de milhas náuticas (4,14 milhões de km), é mantida atualmente no oceano Índico, cerca de dois mil quilômetros ao oeste da cidade australiana de Perth e sobre uma superfície de 60 mil quilômetros quadrados.
'Se não investigarmos o que aconteceu da próxima vez pode acontecer com você', concluiu Sarah.
O avião de Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março de 2014 após mudar de rota em uma 'ação deliberada', segundo especialistas, apenas 40 minutos depois de ter decolado de Kuala Lumpur com direção a Pequim.
No voo MH370 viajavam 153 chineses, 50 malaios (12 formavam a tripulação), sete indonésios, seis australianos, cinco indianos, quatro franceses, três americanos, dois neozelandeses, dois ucranianos, dois canadenses, um russo, um holandês, um taiwanês e dois iranianos. EFE