Último ditador argentino é julgado novamente
Em julgamentos anteriores, Reynaldo Bignone recebeu quatro penas por crimes cometidos durante a última ditadura argentina
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 13h22.
Buenos Aires - Um tribunal argentino iniciou nesta quinta-feira o julgamento do último ditador do país, Reynaldo Bignone, e de outros oito acusados de cometer crimes de lesa-humanidade contra 20 pessoas, incluindo sete grávidas que foram sequestradas e assassinadas durante o regime que governou o país entre 1976 e 1983.
Bignone, que em julgamentos anteriores recebeu quatro penas por crimes cometidos durante a última ditadura argentina, esteve hoje sentado no banco dos réus junto com os ex-militares Santiago Riveros e Eugenio Guarañabens Perelló pelos crimes cometidos na guarnição militar portenha do Campo de Mayo.
Neste mesmo quartel funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção do governo, além de uma maternidade ilegal por onde passaram várias mulheres sequestradas e, atualmente, desaparecidas.
Segundo fontes judiciais, também estão sendo acusados os ex-militares Luis Sadí Pepa, Julio São Román, Hugo Castagno Monge e Carlos Eduardo Somoza, além de um ex-oficial de inteligência do Exército Carlos del Señor Garzón e sua esposa, María Francisca Morillo, acusados pela apropriação de Laura Catalina de Sanctis Ovando, cuja identidade foi restituída em 2008.
'No julgamento oral há casos de grávidas que foram sequestradas e desaparecidas e seus filhos, apropriados', explicou o advogado querelante por parte do Estado, Ciro Anicchiarico, a Rádio Nacional.
O letrado da Secretaria argentina de Direitos Humanos indicou que pela guarnição de Campo de Mayo 'passaram mais de 5 mil vítimas e houve uma maternidade clandestina', embora tenha dito que não há dados precisos sobre o número de nascimentos registrados no local.
No do julgamento seguinte, os juízes Héctor Sagretti, Daniel Cisneros e Daniel Petrone analisará o crime de dois jovens de 19 e 20 anos que foram capturados durante a ditadura enquanto distribuíam panfletos com conteúdo político.
'Este julgamento significa abrir feridas, limpá-las e aliviá-las. É uma maneira de honrar e honrar meus pais', disse Sanctis Ovando à agência estatal 'Télam'.
Já Alba Lanzilotto, irmã de Ana María, que desapareceu em 1976 quando estava grávida de oito meses, afirmou que 'deseja que todos os envolvidos paguem pelo dano que fizeram ao país'.
'Tenho esperança que este julgamento sirva para que meu sobrinho ou sobrinha e outras 400 (crianças apropriadas) que faltam, reflita sobre a necessidade de saber a verdade e de sair desse mundo de mentiras', sustentou Lanzilotto, integrante das Avós da Praça de Maio.
O último ditador argentino (1982-1983), que negociou a transição à democracia após assinar uma Lei de Anistia (depois cancelada) e ordenar a destruição de toda a documentação sobre prisões, torturas e assassinatos de desaparecidos, é julgado pelo roubo de bebês durante o regime, que deixou um saldo de 30 mil desaparecidos, segundo números do governo e de entidades humanitárias.
Bignone, de 84 anos, já foi condenado em 2010 e em 2011 a 25 anos de prisão por crimes cometidos no Campo de Maio, enquanto no último mês de dezembro foi condenado a mais 15 anos de prisão pelos crimes realizados em uma prisão clandestina que funcionou dentro do hospital público Posadas, aos arredores de Buenos Aires.
Em julho, Bignone recebeu outra condenação de 15 anos de prisão pelo roubo sistemático de bebês durante a ditadura, um histórico processo no qual o ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981) recebeu uma sentença 50 anos de prisão.
Buenos Aires - Um tribunal argentino iniciou nesta quinta-feira o julgamento do último ditador do país, Reynaldo Bignone, e de outros oito acusados de cometer crimes de lesa-humanidade contra 20 pessoas, incluindo sete grávidas que foram sequestradas e assassinadas durante o regime que governou o país entre 1976 e 1983.
Bignone, que em julgamentos anteriores recebeu quatro penas por crimes cometidos durante a última ditadura argentina, esteve hoje sentado no banco dos réus junto com os ex-militares Santiago Riveros e Eugenio Guarañabens Perelló pelos crimes cometidos na guarnição militar portenha do Campo de Mayo.
Neste mesmo quartel funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção do governo, além de uma maternidade ilegal por onde passaram várias mulheres sequestradas e, atualmente, desaparecidas.
Segundo fontes judiciais, também estão sendo acusados os ex-militares Luis Sadí Pepa, Julio São Román, Hugo Castagno Monge e Carlos Eduardo Somoza, além de um ex-oficial de inteligência do Exército Carlos del Señor Garzón e sua esposa, María Francisca Morillo, acusados pela apropriação de Laura Catalina de Sanctis Ovando, cuja identidade foi restituída em 2008.
'No julgamento oral há casos de grávidas que foram sequestradas e desaparecidas e seus filhos, apropriados', explicou o advogado querelante por parte do Estado, Ciro Anicchiarico, a Rádio Nacional.
O letrado da Secretaria argentina de Direitos Humanos indicou que pela guarnição de Campo de Mayo 'passaram mais de 5 mil vítimas e houve uma maternidade clandestina', embora tenha dito que não há dados precisos sobre o número de nascimentos registrados no local.
No do julgamento seguinte, os juízes Héctor Sagretti, Daniel Cisneros e Daniel Petrone analisará o crime de dois jovens de 19 e 20 anos que foram capturados durante a ditadura enquanto distribuíam panfletos com conteúdo político.
'Este julgamento significa abrir feridas, limpá-las e aliviá-las. É uma maneira de honrar e honrar meus pais', disse Sanctis Ovando à agência estatal 'Télam'.
Já Alba Lanzilotto, irmã de Ana María, que desapareceu em 1976 quando estava grávida de oito meses, afirmou que 'deseja que todos os envolvidos paguem pelo dano que fizeram ao país'.
'Tenho esperança que este julgamento sirva para que meu sobrinho ou sobrinha e outras 400 (crianças apropriadas) que faltam, reflita sobre a necessidade de saber a verdade e de sair desse mundo de mentiras', sustentou Lanzilotto, integrante das Avós da Praça de Maio.
O último ditador argentino (1982-1983), que negociou a transição à democracia após assinar uma Lei de Anistia (depois cancelada) e ordenar a destruição de toda a documentação sobre prisões, torturas e assassinatos de desaparecidos, é julgado pelo roubo de bebês durante o regime, que deixou um saldo de 30 mil desaparecidos, segundo números do governo e de entidades humanitárias.
Bignone, de 84 anos, já foi condenado em 2010 e em 2011 a 25 anos de prisão por crimes cometidos no Campo de Maio, enquanto no último mês de dezembro foi condenado a mais 15 anos de prisão pelos crimes realizados em uma prisão clandestina que funcionou dentro do hospital público Posadas, aos arredores de Buenos Aires.
Em julho, Bignone recebeu outra condenação de 15 anos de prisão pelo roubo sistemático de bebês durante a ditadura, um histórico processo no qual o ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981) recebeu uma sentença 50 anos de prisão.