Última década foi a mais quente, diz estudo
Segundo pesquisa apresentada em Copenhague, o ano de 2009 deverá ser o quinto mais quente desde 1850
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.
Os últimos dez anos (2000-2009) foram os mais quentes desde 1850, quando a temperatura passou a ser medida regularmente pela Organização Meteorológica Mundial. O estudo foi divulgado hoje em Copenhague e circulou por todo o mundo, devido às informações relevantes sobre os efeitos do aquecimento global nos próximos anos.
"A nossa intenção é mostrar para os líderes mundiais que, se eles não tomarem alguma decisão efetiva sobre as mudanças climáticas, as nossas futuras gerações sofrerão com a alta na temperatura", diz a EXAME Ali Mohammad Noorian, primeiro vice-presidente da OMM.
De acordo com a pesquisa, 2009 deverá ocupar a quinta posição entre os mais quentes desde o início da medição. O ano com temperatura mais elevada foi 1998, quando o fenômeno climático El Niño desencadeou diversos desequilíbrios ambientais em todo o mundo.
Com 50 bilhões de toneladas e gases de efeito estufa liberado ao longo deste ano, diversas regiões do mundo como Ásia Central e África sofreram com temperaturas elevadas. Isso gerou reações climáticas extremas, ocasionando enchentes devastadoras, ondas de calor, secas rigorosas, tempestades de neve, conforme aponta o relatório.
"Ainda não conseguimos prever qual será o próximo ano mais quente de todos os tempos, porque há muitas oscilações no clima. Mas, estamos certos de que isso não está longe", alerta Noorian. Segundo ele, evitar a concentração de gases poluentes na atmosfera ajudaria a temperatura não subir além de dois graus Celsius nas próximas décadas. "Não devemos nos esquecer que o planeta Vênus tem 96% de CO2 em sua composição e a temperatura na superfície é de 480ºC", completa.
A OMM coletou dados nos Estados Unidos e no Reino Unido para chegar a essas constatações em relação ao aumento da temperatura nos últimos anos. Entre as fontes de pesquisas coordenadas pelo órgão, está a Universidade de East Anglia, envolvida em um escândalo de inflação de dados sobre mudanças climáticas. "Todos os grupos de pesquisas com quem trabalhamos chegaram a mesma conclusão. Portanto, não dá para negar a credibilidade do nosso estudo", defende Noorian.