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Uefa sabia em 1998 que Platini tinha contrato com a Fifa

Um relatório revelado pelo "Le Journal Du Dimanche" mostra que Platini iria receber da Fifa um milhão de francos suíços como salário

Blatter e Platini: o relatório revelou que o ex-presidente da Fifa já havia anunciado que Michel seria diretor esportivo da instituição (REUTERS/Arnd Wiegmann)
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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2015 às 11h24.

Paris -- Um relatório interno da Uefa elaborado em 1998 mostra que a organização conhecia já naquele ano que Michel Platini tinha um contrato com a Fifa , o que o ex-jogador francês espera que possa contribuir para invalidar as acusações que sofreu por corrupção .

O documento, revelado neste domingo pelo "Le Journal du Dimanche" e cuja existência os advogados de Platini confirmaram à Agência Efe, foi distribuído em novembro de 1998 à cúpula da Uefa, quando a entidade era presidida pelo sueco Lennart Johansson, em reunião em Estocolmo.

"Michel Platini esteve envolvido na campanha da eleição de JSB ( Joseph Sepp Blatter , presidente da Fifa). Este último já anunciou que Platini se tornará diretor esportivo da Fifa", afirma o relatório interno da associação europeia.

O texto diz que "foi falado em 1 milhão de francos suíços como salário" de Platini na Fifa.

Essa frase constitui, aos olhos da defesa do ex-jogador e de outras pessoas próximas de Platini, a prova de que ele não tinha um contrato "oculto" com Blatter, supostamente como pagamento por ter lhe apoiado na campanha para renovar seu mandato em 2011, que é o que a justiça suíça investiga e é sustentado pela acusação no Comitê de Ética da Fifa.

Platini recebeu em 2012, pouco depois da reeleição de Blatter, 1,8 milhão de euros da Fifa, o que motivou a abertura de uma investigação de ambos.

O ex-jogador alegou o tempo todo que se tratava de recebimento por seus trabalhos de assessoria à Fifa entre 1998 e 2002.

"Toda a base do relatório acusatório do Comitê de Ética da Fifa afunda com este relatório. Eles sustentavam sua acusação argumentando que não havia nenhum contrato e, portanto, supunham que o pagamento em 2012 era porque Platini comprou votos para Blatter. Agora sabemos que isso é falso", disse à Agência Efe o jurista Thomas Clay, membro da equipe de defesa de Platini.

A nota interna, que os advogados levarão na próxima semana à Corte Arbitral do Esporte (CAS), "mostra que a relação contratual" entre o craque francês e a Fifa "era conhecida, e não secreta", acrescentou.

A relação contratual entre Platini e a Fifa tinha sido já confirmada pelo presidente da organização, Joseph Blatter, embora não demonstrada em nenhum documento escrito.

Em recente entrevista à agência russa "TASS", Blatter lembrou que propôs a Platini trabalhar para ele após a Copa de 1998, mas ouviu do francês, que está suspenso temporariamente como ele, um pedido salarial de 1 milhão de francos anuais, um número consderado alto pela Fifa.

"Assinamos um contrato, mas não por essa quantia. Ele trabalhou para mim até 2002, quando o elegeram para o comitê executivo da Uefa e da Fifa. Depois disso, o contrato foi cancelado, já que ele se tornou em representante oficial da Uefa", explicou.

Em 2010, Platini pediu à Fifa para que lhe pagassem a dívida, e Blatter respondeu que o próprio chefe da Uefa deveria calcular o montante.

"A conta fechou em 2 milhões (de francos suíços), à razão de meio milhão por ano. Eu aprovei o pagamento. Esse é meu lema: se devo dinheiro a alguém, devo pagar. Isso é tudo. Esse dinheiro não foi um pagamento por nenhuma outra coisa", frisou.

Apesar da suspensão de 90 dias imposta pelo Comitê de Ética da Fifa, Platini, que recorreu à Corte Abritral do Esporte (CAS), mantém sua candidatura a presidir a entidade máxima do futebol mundial.

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"Michel Platini esteve envolvido na campanha da eleição de JSB ( Joseph Sepp Blatter , presidente da Fifa). Este último já anunciou que Platini se tornará diretor esportivo da Fifa", afirma o relatório interno da associação europeia.

O texto diz que "foi falado em 1 milhão de francos suíços como salário" de Platini na Fifa.

Essa frase constitui, aos olhos da defesa do ex-jogador e de outras pessoas próximas de Platini, a prova de que ele não tinha um contrato "oculto" com Blatter, supostamente como pagamento por ter lhe apoiado na campanha para renovar seu mandato em 2011, que é o que a justiça suíça investiga e é sustentado pela acusação no Comitê de Ética da Fifa.

Platini recebeu em 2012, pouco depois da reeleição de Blatter, 1,8 milhão de euros da Fifa, o que motivou a abertura de uma investigação de ambos.

O ex-jogador alegou o tempo todo que se tratava de recebimento por seus trabalhos de assessoria à Fifa entre 1998 e 2002.

"Toda a base do relatório acusatório do Comitê de Ética da Fifa afunda com este relatório. Eles sustentavam sua acusação argumentando que não havia nenhum contrato e, portanto, supunham que o pagamento em 2012 era porque Platini comprou votos para Blatter. Agora sabemos que isso é falso", disse à Agência Efe o jurista Thomas Clay, membro da equipe de defesa de Platini.

A nota interna, que os advogados levarão na próxima semana à Corte Arbitral do Esporte (CAS), "mostra que a relação contratual" entre o craque francês e a Fifa "era conhecida, e não secreta", acrescentou.

A relação contratual entre Platini e a Fifa tinha sido já confirmada pelo presidente da organização, Joseph Blatter, embora não demonstrada em nenhum documento escrito.

Em recente entrevista à agência russa "TASS", Blatter lembrou que propôs a Platini trabalhar para ele após a Copa de 1998, mas ouviu do francês, que está suspenso temporariamente como ele, um pedido salarial de 1 milhão de francos anuais, um número consderado alto pela Fifa.

"Assinamos um contrato, mas não por essa quantia. Ele trabalhou para mim até 2002, quando o elegeram para o comitê executivo da Uefa e da Fifa. Depois disso, o contrato foi cancelado, já que ele se tornou em representante oficial da Uefa", explicou.

Em 2010, Platini pediu à Fifa para que lhe pagassem a dívida, e Blatter respondeu que o próprio chefe da Uefa deveria calcular o montante.

"A conta fechou em 2 milhões (de francos suíços), à razão de meio milhão por ano. Eu aprovei o pagamento. Esse é meu lema: se devo dinheiro a alguém, devo pagar. Isso é tudo. Esse dinheiro não foi um pagamento por nenhuma outra coisa", frisou.

Apesar da suspensão de 90 dias imposta pelo Comitê de Ética da Fifa, Platini, que recorreu à Corte Abritral do Esporte (CAS), mantém sua candidatura a presidir a entidade máxima do futebol mundial.

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