Forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad carregam suas armas durante uma operação em Aleppo, na Síria (George Ourfalian/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2013 às 13h19.
Bruxelas - Grã-Bretanha e Áustria entraram em desacordo nesta segunda-feira sobre a possibilidade de a União Europeia aliviar o embargo de armas à Síria para ajudar os rebeldes que lutam contra o presidente Bashar al-Assad, ameaçando a unidade política do bloco em relação ao país.
Grã-Bretanha e França estão pressionando por uma flexibilização do embargo de armas para dar apoio aos rebeldes antes de uma conferência de paz organizada por Estados Unidos e Rússia, a ser realizada provavelmente no próximo mês.
A Áustria lidera o grupo de cinco dos 27 Estados da UE que se opõe firmemente ao envio de armas aos rebeldes, afirmando que tal medida pode aprofundar o conflito sírio de dois anos que já custou mais de 80.000 vidas.
Todas as sanções da UE sobre a Síria podem ruir a menos que a UE decida por unanimidade o que fazer sobre o embargo de armas antes de 1o de junho.
O debate ganhou urgência por causa dos recentes ganhos militares das tropas do presidente Bashar al-Assad, e devido às acusações de uso de armas químicas por parte das forças do governo.
O secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague, sinalizou que a Grã-Bretanha está disposta a deixar as sanções da UE desmoronarem, em vez de abrir mão de sua demanda por mais apoio aos rebeldes.
"É importante estar fazendo a coisa certa para a Síria. Isso é mais importante do que saber se a UE é capaz de permanecer unida em todos os detalhes", disse ele a repórteres na chegada para uma reunião crucial da UE sobre a questão.
Se a UE não tiver uma política unificada de sanções, "cada país terá de garantir que tenha suas próprias sanções", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores austríaco, Michael Spindelegger, foi igualmente firme em rejeitar armar os rebeldes.
"Nós não devemos deixar as armas falarem na Síria, mas sim os representantes políticos", disse ele. "Penso que a União Europeia tem de manter a linha ... Somos uma comunidade pacífica. Nós gostaríamos de continuar a ser uma comunidade pacífica".