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UE sanciona chefes da Inteligência russa por caso de envenenamento

A sanção é uma represália ao envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal em março de 2018

Caso Skripal: o ex-agente e sua filha foram envenenados em Salisbury, no Reino Unido (Kommersant/ Yuri Senatorov/Reuters)

Caso Skripal: o ex-agente e sua filha foram envenenados em Salisbury, no Reino Unido (Kommersant/ Yuri Senatorov/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 11h39.

A União Europeia (UE) adotou, nesta segunda-feira (21), sanções contra o chefe da Inteligência russa (GRU), contra seu adjunto e dois agentes considerados responsáveis pelo envenenamento do ex-espião Serguei Skripal com um agente neurotóxico, o Novitchok, em março de 2018 em Salisbury, no Reino Unido.

O Conselho de Ministros da UE decidiu puni-los com o congelamento de seus bens na União Europeia e a proibição de viajar para países do bloco, anunciou a instituição em um comunicado.

As identidades das pessoas envolvidas serão publicadas no Diário Oficial da UE.

O GRU é dirigido por Igor Kostyukov, que tem vários adjuntos.

Sanções semelhantes foram impostas à entidade síria responsável pelo desenvolvimento e fabricação de armas químicas, o Centro de Estudos e Pesquisas Científicas (CERS), e contra cinco funcionários sírios diretamente ligados às atividades do CERS.

As nove pessoas envolvidas - quatro russos e cinco sírios - e o Centro de Estudos e Pesquisas Científicas são os primeiros a serem punidos sob o novo regime de medidas restritivas contra o uso e contra a proliferação de armas químicas estabelecido em 15 de outubro de 2018, apontou a UE.

Em razão das sanções, a União Europeia está proibida de disponibilizar fundos para pessoas e entidades punidas.

A decisão do Conselho foi tomada "com base jurídica sólida", assegurou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, durante uma coletiva de imprensa.

"Esta decisão contribui para os esforços da UE para combater a proliferação e o uso de armas químicas, que representam uma séria ameaça à segurança internacional", explica o comunicado.

O ataque com Novitchok cometido em Salisbury foi o primeiro uso por parte da Rússia de uma arma química na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O ataque provocou indignação internacional e levou a expulsões em massa de diplomatas russos por países ocidentais.

Além de Serguei Skripal, sua filha Yulia e um policial, outras duas pessoas foram contaminadas em junho na região de Salisbury pela mesma substância, incluindo uma mulher que morreu em junho.

Moscou nega qualquer envolvimento no caso do envenenamento.

Já as autoridades britânicas afirmam que o ataque foi cometido por dois agentes do GRU.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou em 12 de setembro passado que os dois homens acusados por Londres eram "civis" que não fizeram nada de criminoso.

Os dois indivíduos foram entrevistados pelo canal russo RT e contaram que visitaram Salisbury, onde Skripal morava, como turistas. Também negaram trabalhar como agentes do GRU.

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