UE: renúncia de premiê pode gerar vazio político no Líbano
A oposição defende a renúncia de Najib Mikati, o que a chefe da diplomacia da UE diz que deve ser evitado
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 12h06.
Beirute - A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, afirmou nesta terça-feira que o Líbano poderia enfrentar um grande vazio político caso o primeiro-ministro, Najib Mikati, anunciasse sua renúncia, como defende a oposição.
"É preciso evitar o vazio político", declarou Catherine aos jornalistas logo após o encontro com o chefe do governo libanês, realizado hoje em Beirute.
A oposição passou a pedir a renúncia de Mikati com mais intensidade após a morte do chefe da Inteligência da Polícia, o general Wisam al Hassan, que foi assassinado na última sexta-feira em um atentado com carro-bomba em Beirute.
Os opositores acusam ao Executivo de Mikati de encobrir o regime de Bashar al Assad, que, segundo a oposição, está por trás da morte de Al Hassan no ataque, no qual outras duas pessoas também faleceram e 126 ficaram feridas.
Catherine qualificou o atentado como "terrível" e mostrou grande inquietação pelos fatos que estão ocorrendo na região: "Alguns tratam de desviar a atenção desta grave situação, provocando problemas no Líbano", declarou a responsável da UE sem dar mais detalhes.
A chefe da diplomacia da UE também se reuniu com o presidente Michel Suleiman e com o chefe do Parlamento, Nabih Berri, para manifestar "o apoio da UE à independência e estabilidade do Líbano e aos esforços que buscam o diálogo".
Suleiman, por sua vez, empreendeu consultas com os líderes libaneses de todas as tendências para tratar de manter a estabilidade no país, onde uma onda de distúrbios foi iniciada após a morte de Al Hassan.
Mikati, que não último sábado chegou a cogitar renúncia, afirmou que esperará Suleiman terminar suas consultas com os dirigentes políticos que participam da mesa de diálogo nacional.