Escócia: pesquisa mostrou pela primeira vez neste ano que os partidários da independência assumiram a liderança (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2014 às 12h24.
Bruxelas - A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira que mantém a posição de que a Escócia teria que sair da União Europeia e entrar com pedido de nova adesão ao bloco se os escoceses votarem pela separação do Reino Unido em um referendo neste mês.
Com dez dias faltando para o referendo sobre a independência da Escócia, uma pesquisa publicada no domingo mostrou pela primeira vez neste ano que os partidários da independência assumiram a liderança em relação aos cidadãos da Escócia que favorecem a manutenção da união com a Inglaterra, iniciada há 307 anos.
A porta-voz da Comissão Europeia, Pia Ahrenkilde-Hansen, se recusou a fazer qualquer comentário sobre o referendo escocês na coletiva de imprensa diária da Comissão, nesta segunda-feira, dizendo que cabe "ao povo escocês e aos cidadãos britânicos decidirem sobre o futuro da Escócia". Mas ela afirmou que a posição do Executivo da UE sobre uma Escócia independente não mudou.
A porta-voz recusou-se a explicitar o que isso significa, mas, em resposta a um pedido da Reuters, a Comissão enviou uma carta do então presidente da Comissão Europeia José Manuel Barroso a um membro do Parlamento da Grã-Bretanha em 2012.
Na carta, Barroso definia o posição da Comissão sobre se uma Escócia independente poderia continuar a fazer parte dos 28 países da UE.
"Se uma parte do território de um Estado membro deixar de ser parte desse Estado, pois vai se tornar um novo Estado independente, os tratados (UE) não se aplicariam a esse território", disse então Barroso, o que significa que uma Escócia independente poderia deixar de fazer parte da UE.
A secessão é um assunto sensível para vários outros países que possuem regiões que procuram formar seus próprios Estados. A Espanha teme que uma votação pela independência escocesa possa encorajar os separatistas em sua região da Catalunha.
O primeiro-ministro escocês, Alex Salmond, que lidera a campanha pró-independência, disse em abril que, se os escoceses optaram por romper com o Reino Unido, ele achava possível negociar a adesão à UE antes da declaração formal de independência, em março de 2016.