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UE pede "revisão" do calendário eleitoral na Venezuela

Eurodeputados dos grupos majoritários criticaram a presença de "presos políticos" no país e o impedimento da participação de todos os partidos

Nicolás Maduro: presidente venezuelano declarou que não lhe importa se Europa e Estados Unidos vão ignorar sua vitória nas eleições de 20 de maio (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Nicolás Maduro: presidente venezuelano declarou que não lhe importa se Europa e Estados Unidos vão ignorar sua vitória nas eleições de 20 de maio (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de maio de 2018 às 20h32.

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, pediu nesta quarta-feira (2) um calendário eleitoral "acordado" e "concreto" na Venezuela que deveria sofrer uma "revisão" a pouco mais de duas semanas para a eleição presidencial no país latino-americano.

"Pedimos uma revisão do calendário eleitoral baseada em um calendário acordado e concreto", disse à Eurocâmara, em Bruxelas, Mogherini, para quem a revisão "não é uma mera questão de data, mas de procedimento eleitoral".

O governo venezuelano deve estabelecer as bases para eleições "livres, justas, com um calendário consensual e com a participação de todos os partidos políticos", acrescentou a chefe da diplomacia europeia durante um debate de "urgência" sobre a Venezuela na Eurocâmara.

Os eurodeputados dos grupos majoritários, que aprovaram nesta manhã a celebração do debate, criticaram a presença de "presos políticos" no país e o impedimento da participação de todos os partidos. Por isso, solicitaram que o resultado dessa eleição presidencial de 20 de maio não seja reconhecido.

"Não podemos aceitar eleições nas quais há presos políticos", "em que não podem concorrer todos os partidos em igualdade de condições", nas quais o poder eleitoral "não é neutro", lamentou Esteban González Pons, eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE, direita).

Seu colega social-democrata, Ramón Jáuregui afirmou que o debate parte de um pedido da oposição venezuelana que na semana passada solicitou uma declaração da Eurocâmara.

A realização do debate, que deverá resultar em uma nova resolução do hemiciclo na quinta-feira sobre a situação no país, gerou críticas dos eurodeputados da esquerda radical e ecologista que acham que o assunto não cumpria os requisitos para ser tratado como procedimento de urgência.

Federica Mogherini descartou qualquer ingerência da UE, que, segundo ela, pretende ajudar os venezolanos a encontrar sua "própria solução" para a crise política atual.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou que não lhe importa se Europa e Estados Unidos vão ignorar sua vitória nas eleições de 20 de maio.

"Andam alvoroçados os oligarcas porque vão para Europa, porque vão para Washington e dizem que não irão me reconhecer. Que caralho me importa isto se sou reconhecido pelo povo da Venezuela?!" - declarou o presidente em um comício no estado de Vargas.

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