Muammar Kadafi, ditador da Líbia: entre as entidades sancionadas, está o BC do país (Pascal Le Segretain/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2011 às 09h48.
Bruxelas - A União Europeia (UE) aprovou nesta quinta-feira formalmente o endurecimento das sanções econômicas contra a Líbia, ao congelar os bens de cinco entidades e de uma pessoa não incluída no primeiro conjunto de medidas.
As novas sanções, que já tinham sido estipuladas na terça-feira passada, foram aprovadas por procedimento escrito pelos 27 países-membros e entrarão em vigor nesta sexta-feira, com sua publicação no "Diário Oficial da União Europeia", detalhou um comunicado da UE.
Entre as entidades sancionadas estão o Banco Central líbio e a Autoridade de Investimento Líbia (LIA, na sigla em inglês), um fundo soberano com participações em importantes empresas internacionais, indicaram fontes do bloco europeu.
Os ativos da LIA nos Estados Unidos já foram bloqueados pelo Governo de Washington, que considera essa entidade sob controle do líder líbio, Muammar Kadafi, e sua família.
Na Europa, a LIA controla capital de destacadas empresas, entre as quais o banco HSBC e o grupo Pearson, proprietário do jornal "Financial Times" (FT).
Na Itália, em particular, a Autoridade tem participação em companhias como o banco Unicredit, a fabricante aeroespacial Finmeccanica, a elétrica Eni e o time de futebol Juventus.
Essa forte presença no mercado europeu despertava dúvidas entre alguns Estados-membros da UE, preocupados com os efeitos que o bloqueio de ativos poderia ter para as empresas do bloco e para seus acionistas.
Por isso, o compromisso estipulado na terça-feira e ratificado nesta quinta estabeleceu alguns "esclarecimentos" com o objetivo de evitar consequências negativas desse tipo, que receberam o sinal verde de todos os países.
As primeiras sanções da UE à Líbia foram aprovadas em 28 de fevereiro e incluíram o congelamento de bens em território da UE e a proibição de entrada a Kadafi e outras 25 pessoas consideradas responsáveis da violenta repressão de manifestações pacíficas.