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UE diz que detenção de Strauss-Kahn não afetará o euro

Europeus pediram cautela no caso e defenderam a estabilidade da moeda apesar das acusações contra o diretor do FMI

Diretor do FMI, Strauss-Kahn: UE pediu respeito à presunção de inocência (Wikimedia Commons)

Diretor do FMI, Strauss-Kahn: UE pediu respeito à presunção de inocência (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2011 às 14h37.

Bruxelas - A União Europeia (UE) pediu cautela nesta segunda-feira na hora de buscar um sucessor para Dominique Strauss-Kahn à frente do Fundo Monetário Internacional (FMI), para o qual pediu respeito à sua presunção de inocência, e declarou que sua prisão não afetará a estabilidade da zona do euro.

Strauss-Kahn, que foi uma figura fundamental na negociação dos resgates financeiros da Grécia e da Irlanda, foi preso no último fim de semana em Nova York após ser acusado de tentativa de estupro por uma camareira de um hotel.

Segundo as pesquisas, o diretor-gerente do FMI era um dos favoritos a vencer as eleições presidenciais da França, nas quais enfrentaria o atual presidente, Nicolas Sarkozy.

Segundo o porta-voz de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Amadeu Altafaj, a Comissão Europeia confia "que haverá uma continuidade total no processo de tomada de decisões no FMI".

Na reunião dos ministros de Finanças da zona do euro realizada nesta segunda-feira em Bruxelas, na qual deve ser definido o programa de resgate a Portugal, a ministra de Finanças francesa, Christine Lagarde, afirmou que "o diálogo continua entre o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o FMI, que evidentemente estará representado" no encontro.

"Temos sérios problemas para tratar a respeito do plano de apoio a Portugal e do financiamento da Grécia. É o que vamos examinar nesta tarde", acrescentou.

A ministra de Economia espanhola, Elena Salgado, pediu que se respeite a presunção de inocência e se negou a falar de um possível substituto na instituição monetária caso a denúncia contra Strauss-Kahn se prove verdadeira.

"Eu acho que estamos antecipando eventos, acho que é preciso ser um pouco mais respeitoso", declarou a ministra.

No mesmo tom, o titular das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou que a detenção do diretor do FMI não tem nada a ver com a crise na zona do euro.

O ministro alemão seguiu a linha da chanceler alemã, Angela Merkel, que declarou nesta segunda-feira em Berlim que agora não é o momento de se pensar no substituto de Strauss-Kahn, apesar de que, segundo sua opinião, a Europa pode apresentar muito bons candidatos.

Um pacto extra-oficial - criticado por outros países - entre Estados Unidos e nações europeias dá a direção do Banco Mundial a um americano, enquanto a do FMI fica sempre a cargo de um europeu.

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