UE define reguladores para bancos, mas diverge sobre taxas
Bloco anunciou acordo para criação de um órgão pan-europeu para supervisionar bancos, seguradoras e mercados
Da Redação
Publicado em 7 de setembro de 2010 às 16h14.
Bruxelas - Os ministros de Finanças da União Europeia concordaram nesta terça-feira com uma ampla reforma sobre o meio de supervisionar a indústria financeira do bloco, mas permaneceram sem consenso sobre a taxação dos bancos.
Três anos depois do começo da crise financeira e econômica global, alguns ficaram frustrados com a lentidão da Europa em reformar o setor financeiro, em meio à indecisão e disputa entre os 27 países-membros.
Nesta terça, a UE anunciou um raro acordo para a criação de um órgão pan-europeu com início das atividades no próximo ano para supervisionar bancos, seguradoras e os mercados, apesar de temores em Londres de que novas agências para o bloco poderiam minar o poder de agências nacionais.
A reforma, considerada histórica por alguns especialistas, estabelece três xerifes financeiros que ficam acima de reguladores nacionais como a Autoridade Britânica de Serviços Financeiros.
Mas líderes econômicos da região falharam em resolver como serão impostas taxas aos bancos. Ainda que muitos políticos europeus queiram cobrar mais tributos dos bancos, eles permanecem sem uma resposta comum para o que fazer com o dinheiro que seria arrecadado.
"Deve caber aos governos nacionais e aos parlamentos decidir o que fazer com a receita obtida pelas taxas cobradas dos bancos", defendeu o ministro britânico das Finanças, George Osborne.
Líderes europeus também estão divididos sobre iniciar a cobrança de taxas sobre transações financeiras como a compra e a venda de ações. O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, apelou por tal cobrança, que para ele levantaria recursos para investimentos sociais. "É uma questão de justiça social que a sociedade aceite um sistema assim", afirmou.
Já o ministro inglês se mostrou contrário à ideia, afirmando que seria muito difícil tributar operações financeiras dada a velocidade em que elas acontecem, inclusive para fora da UE.
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