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UE defende reformas ambiciosas para superar crise

Reunidos em Bruxelas, autoridades econômicas pedem ação dos governos

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2010 às 14h01.

Bruxelas - As principais autoridades da União Europeia (UE) exigiram hoje reformas estruturais "ambiciosas" nos países para superar a crise e garantir o crescimento e o emprego a médio e longo prazo.

Em um dia em que os mercados voltaram a expressar com quedas generalizadas suas dúvidas sobre a situação econômica da Europa, o "Fórum Econômico de Bruxelas" reuniu na capital belga alguns dos principais responsáveis da UE para falar das estratégias de saída da crise.

A receita das autoridades comunitárias é clara e passa por combater os déficits públicos criados pela crise com medidas de consolidação fiscal a curto prazo e impulsionar grandes reformas para permitir um crescimento sustentável a meio e longo prazo.

"Sem reformas, a Europa se estagnará com um crescimento que chegará, se muito, aos 1,5% e com um desemprego, inclusive depois da recuperação cíclica, de 7% a 8%", advertiu o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

O comissário fez uma chamada aos Governos para que não confiem apenas na recuperação econômica e se "esqueçam" das reformas.

Rehn afirmou que se nos próximos cinco anos a UE conseguir introduzir medidas ambiciosas para modernizar sua economia, o bloco tem potencial para crescer na próxima década a uma média acima dos 2% ao ano.

"Isto poderia criar mais de dez milhões de empregos e reduzir o desemprego até ao redor dos 3% em meados da década", assinalou Rehn.

Em uma linha similar, o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, comemorou que alguns países se mostrem finalmente dispostos a fazer reformas que "adiaram durante anos".

"A curto prazo, o remédio pode ser amargo, mas é necessário recuperar a credibilidade perante os mercados e a estabilidade a longo prazo para as finanças públicas", advertiu Barroso.

O chefe do Executivo comunitário insistiu que a "combinação de austeridade fiscal e medidas estruturais não deve ser vista como uma dupla carga" e assegurou que é a única saída com que a Europa conta.


A ministra espanhola de Economia e presidente de turno do Ecofin, Elena Salgado, se uniu aos pedidos.

A necessidade de reformar os mercados trabalhistas, os sistemas de previdência, de melhorar a qualidade dos gastos públicos impulsionando a educação e a inovação e de reduzir a burocracia está na boca de todos.

"A pressão dos sistemas de seguridade social e da despesa com saúde tem que ser abordada, obviamente", avisou Salgado, que também apostou em mercados de trabalho "mais eficientes, mais flexíveis e mais inclusivos".

Para o presidente do CE, Herman Van Rompuy, a UE se encontra em um ponto crítico em que os próximos passos devem determinar o futuro da união econômica e monetária.

A necessidade de reformas estruturais foi o centro dos discursos de hoje no fórum econômico realizado em Bruxelas, uma vez que grande parte dos Estados-membros já optaram por políticas de austeridade para corrigir seus déficit públicos, caso da Grécia, Portugal, Espanha e Reino Unido.

Ajustes que devem ser "críveis", como ressaltou Salgado, para devolver a confiança aos mercados que seguem duvidando da economia europeia.

"A confiança nos mercados é essencial para a recuperação", insistiu a vice-presidente, que ressaltou que o Governo está convencido da idoneidade de suas medidas de consolidação fiscal e de reforma.

Junto a essas duas grandes prioridades, o fórum econômico analisou também as tentativas de reforçar a governança da zona do euro.

Rehn ressaltou a necessidade de tornar realidade essas remodelações de forma urgente e rejeitou que as medidas que se ventilam atualmente em Bruxelas precisem de uma mudança no Tratado da UE para poder serem adotadas.


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