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UE defende ação na Líbia, mas Itália e Alemanha mostram divisão

Chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton assegurou que Liga Árabe apoia missão

Guerra na Líbia: Alemanha e Itália não querem que se crie um conflito no país (AFP)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 09h55.

Bruxelas - A maioria dos países da União Europeia (UE) defendeu nesta segunda-feira a intervenção internacional na Líbia, enquanto que a Alemanha e Itália se distanciaram e evidenciaram uma divisão nos 27 membros perante a atuação da coalizão liderada pela França, Reino Unido e Estados Unidos.

O ministro de Exteriores alemão, Guido Westervelle, assegurou que as críticas expressadas pela Liga Árabe aos bombardeios da coalizão confirmam os temores que seu Governo tinha manifestado.

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"Nós decidimos não participar, calculamos os riscos e três dias depois a Liga Árabe já critica a intervenção. Acho que tínhamos razão", afirmou Westerwelle ao chegar a uma reunião com seus colegas comunitários em Bruxelas.

A mensagem da Liga Árabe que serve a Berlim para confirmar sua postura cética foi anunciada no domingo pelo secretário-geral da organização, Amr Moussa, que assegurou que a operação realizada na Líbia "é diferente do objetivo de impor uma zona de exclusão aérea".

"Dissemos que não é preciso nenhuma operação militar", acrescentou Moussa, que pediu relatórios completos do que está passando no país norte-africano.

A Alta Representante da UE, Catherine Ashton, assegurou nesta segunda-feira que as palavras do responsável da Liga Árabe foram interpretadas equivocadamente.

Ashton lembrou que Moussa apoiou no sábado, durante a cúpula realizada em Paris, os ataques aéreos contra alvos militares do regime de Muammar Kadafi.


Junto a chefe da diplomacia europeia, vários ministros como a espanhola Trinidad Jiménez consideraram que a operação na Líbia "está se ajustando à legalidade internacional".

Jiménez confiou em "seguir contando com o apoio da Liga Árabe" para essas ações.

Nessa linha, seu colega finlandês, Alexander Stubb, lembrou que a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas "dá à comunidade internacional o direito e a responsabilidade de proteger as vidas civis" e disse que isso é o que se está fazendo.

O ministro sueco, Carl Bildt, declarou que não há uma divisão na UE, mas "diferentes países fazem diferentes contribuições no contexto da resolução da ONU".

No entanto, quase ao mesmo tempo o titular de Exteriores italiano, Franco Frattini, indicou que seu país quer ver se as ações desenvolvidas até agora pela coalizão "estão de acordo com a aplicação da resolução das Nações Unidas".

"Não deveria ocorrer uma guerra na Líbia, deve ocorrer uma aplicação plena da resolução 1973", advertiu Frattini.

O italiano considerou que "é hora de passar de uma 'coalizão de voluntários' para um enfoque mais coordenado pela Otan".

Frente a essa postura, Jiménez assinalou que "parece que o que faz mais sentido" é que a operação continue liderada pela coalizão que a começou, dado que nela participam também países árabes que não pertencem à Otan.

A Aliança Atlântica, dividida pela negativa da Turquia e Alemanha a participar dos ataques contra Kadafi, discute nesta segunda-feira em Bruxelas o papel que pode desempenhar na ação internacional.

"É preciso esclarecer muito rapidamente a situação", urgiu o ministro de Exteriores luxemburguês, Jean Asselborn, que considerou que a Aliança deve pronunciar-se já sobre seus planos.

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