UE considera "possível" ter progressos sobre Brexit até dezembro
Os 27 sócios europeus do Reino Unido querem avanços importantes em pontos estabelecidos como prioridades nesta primeira fase de negociação
AFP
Publicado em 24 de novembro de 2017 às 18h06.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou, nesta sexta-feira (24), um "desafio enorme" - mas "possível" - alcançar os avanços necessários na negociação do divórcio com o Reino Unido para dezembro, que darão lugar ao início da discussão sobre um eventual acordo de livre-comércio.
"(É) Possível alcançar progressos suficientes" para a cúpula de mandatários europeus prevista para meados de dezembro, "mas isso continua sendo um desafio enorme", tuitou Tusk, após se reunir em Bruxelas com a primeira-ministra britânica, Theresa May.
Os 27 sócios europeus do Reino Unido querem avanços importantes em pontos estabelecidos como prioridades nesta primeira fase de negociação, como a fatura a ser paga por Londres por seus compromissos como membro do bloco, ou a situação da fronteira da Irlanda, antes de aceitar negociar um acordo comercial.
"Ainda há problemas nos diferentes assuntos que negociamos e devem ser solucionados", explicou May após o encontro focado no estado das negociações, garantindo que "houve uma atmosfera muito positiva nas discussões, e o sentimento sincero de que queremos avançar juntos".
Londres pressiona para passar à segunda fase o quanto antes, mas a UE alerta que, se quiserem que isso aconteça antes do fim do ano, têm até dezembro para resolver seus compromissos, sobretudo a questão da fatura.
"As negociações avançam", garantiu na manhã desta sexta Jean-Claude Juncker, titular da Comissão Europeia, instituição que discute com Londres em nome dos 27. "A fase conclusiva começa em 4 de dezembro", quando está previso um jantar com May, acrescentou.
A primeira-ministra britânica, cuja debilidade política preocupa Bruxelas, teria obtido nesta semana a aprovação de seu governo para dobrar sua oferta econômica aos sócios, a cerca de 40 bilhões de euros, segundo a imprensa britânica.
Já os europeus estimam que Londres deva saldar cerca de 60 bilhões de euros, apesar de a Comissão Europeia nunca ter citado um número oficial.