Mundo

UE aumenta pressão sobre Moscou com sanções mais rígidas

União restringiu o acesso dos maiores bancos russos e de empresas de defesa e energia a linhas de financiamento


	Rússia: país enviou soldados para apoiarem os separatistas pró-Rússia no leste ucraniano
 (Reuters/Alexander Demianchuk)

Rússia: país enviou soldados para apoiarem os separatistas pró-Rússia no leste ucraniano (Reuters/Alexander Demianchuk)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 11h31.

Bruxelas - A União Europeia aprofundou as sanções contra a Rússia nesta sexta-feira por conta de seu papel na crise ucraniana, restringindo o acesso dos maiores bancos russos e de empresas de defesa e energia a linhas de financiamento e congelando os bens de políticos do alto escalão e de líderes rebeldes.

Os Estados Unidos devem seguir o mesmo caminho e impor sanções mais severas ainda nesta sexta-feira, aumentando a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, desde que a Rússia anexou a Crimeia, região da Ucrânia, e enviou soldados para apoiarem os separatistas pró-Rússia no leste ucraniano.

Mas o agravamento das sanções da UE se depara com uma oposição crescente de uma série de países do bloco que temem uma retaliação da Rússia, sua maior fornecedora de energia.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que a UE está “escolhendo o caminho do rompimento do processo de paz” e que Moscou irá reagir “calmamente, adequadamente e, acima de tudo, baseado na necessidade de defender nossos interesses”, segundo relatou a agência de notícias Interfax.

Em um gesto para apaziguar os críticos, a UE afirmou que pode anular algumas ou até todas as sanções dentro de semanas – se Moscou respeitar a frágil trégua na Ucrânia e o plano de paz.

Ao publicar a mais recente lista de sanções, os governos do bloco europeu declararam ser “apropriado adotar novas medidas de restrição em reação às ações da Rússia na desestabilização da Ucrânia".

A Rússia, por sua vez, proibiu todas as importações de alimentos dos EUA e frutas e vegetais da Europa em resposta às sanções anteriores do Ocidente. As próximas reações podem incluir limites à importação de carros usados e outros bens de consumo, teria dito uma autoridade do Kremlin na quinta-feira.

Ao mesmo tempo em que agrava as punições, a União Europeia irá dar mais tempo para que Moscou se ajuste ao pacto de comércio do bloco com a Ucrânia, que será discutido nesta sexta-feira em Bruxelas, disseram diplomatas.

Alvos das sanções

As sanções mais recentes contemplam o congelamento de bens e a proibição de viagens de Igor Lebedev e outros vice-presidentes da câmara baixa do Parlamento russo, de Vladimir Jirinovsky, verborrágico político nacionalista e de uma série de líderes separatistas do leste da Ucrânia.

Outro alvo foi Sergei Chemezov, descrito como associado próximo de Putin desde seus dias como oficial da KGB, o serviço de segurança soviético, na Alemanha Oriental comunista.

Chemezov é presidente da Rostec, grupo de ponta do setor de defesa e industrial que inclui a fabricante de armas Rosoboronexport e uma empresa que pretende construir usinas de energia na Crimeia.

Com isso, o total de pessoas sancionadas pela UE chega a 119, e 23 entidades continuam com os bens congelados.

As nova sanções também atingem a Rosneft, a Transneft e a Gazprom Neft, as maiores produtoras estatais de petróleo e operadoras de gasodutos.

As medidas europeias não atingem o setor de gás russo, em particular a estatal Gazprom, maior produtora mundial de gás e maior fornecedora da Europa.

A UE ainda proibiu a exportação de tecnologia que pode ter uso militar para nove empresas russas, incluindo a Kalashnikov, fabricante do famoso fuzil de assalto AK-47.

Entre os bancos estatais atingidos estão Sberbank, VTB Bank, Gazprombank, Vneshekonombank (VEB) e o Banco Agricultural da Rússia (Rosselkhozbank).

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaMetrópoles globaisMoscouRússiaUnião Europeia

Mais de Mundo

Convenção democrata: o que esperar do evento que começa segunda?

El Salvador apreende mais de uma tonelada de cocaína e armas de guerra em alto mar

OMS pede aumento da produção de vacinas contra mpox

OEA aprova por consenso resolução que pede que Maduro divulgue as atas eleitorais na Venezuela

Mais na Exame