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UE ativará "roteiro" assim que May der início ao Brexit

O porta-voz-chefe da Comissão Europeia frisou que "desde a perspectiva da CE estamos prontos para começar as negociações rapidamente"

UE: o primeiro passo após a notificação de Londres será a adoção das linhas de atuação dos 27 (Ian Waldie/Getty Images)

UE: o primeiro passo após a notificação de Londres será a adoção das linhas de atuação dos 27 (Ian Waldie/Getty Images)

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EFE

Publicado em 16 de março de 2017 às 14h21.

Bruxelas - A União Europeia ativará imediatamente seu "roteiro" assim o Reino Unido invocar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, o que formalmente iniciará o processo de negociação para a saída britânica da UE, o denominado "Brexit".

O porta-voz-chefe da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, foi contundente ao afirmar que "desde a perspectiva da CE estamos prontos para começar as negociações rapidamente".

O primeiro passo após a notificação de Londres será a adoção das linhas de atuação dos 27, que deverão ser aprovadas pelo Conselho Europeu em reunião que será convocada por seu presidente, Donald Tusk, que já antecipou que em 48 horas haveria uma resposta comunitária.

A Comissão, por sua vez, emitirá "imediatamente", em palavras de Schinas, uma recomendação e posteriormente o Conselho autorizará a abertura de negociações e fornecerá um mandato ao negociador da UE para o "Brexit", Michel Barnier.

Com relação ao conteúdo das pautas negociadoras, o silêncio é total em meios da Comissão, já que a negociação com Londres pode ser dura e, a priori, não foram divulgados detalhes e ninguém mostra suas cartas.

A Comissão advertiu logo após o resultado do referendo que não haveria negociações prévias de nenhum tipo com Londres até que o governo britânico invocasse o Artigo 50 mas, em nível interno, a equipe liderada por Barnier trabalha há meses para ter tudo pronto com vistas ao começo das conversas.

Donald Tusk recalcou na sexta-feira, ao término do Conselho Europeu, que Bruxelas está pronta para o processo negociador e enfatizou que "todos nós, Estados-membros e Conselho, como um corpo político, confiamos em nossos negociadores: Jean-Claude Juncker e Michael Barnier".

Tusk insistiu que o "Brexit" não é algo que gere "otimismo", mas deixou claro que "esta é a realidade. Não foi nossa escolha e tenho claro que nosso principal objetivo hoje é manter os 27 unidos. Essa é nossa prioridade".

Por sua vez, Juncker reconheceu que não gosta do "Brexit" e que, definitivamente, gostaria de estar no mesmo barco com os britânicos, embora insistiu que isto "não seja o final da União Europeia".

"Pelo contrário, falando com meus colegas tenho a impressão de que o 'Brexit' encorajará outros a continuarem, infelizmente sem os britânicos. Mas o 'Brexit' não é o final. Nós continuaremos", insistiu.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, já anunciou que tirará o Reino Unido do bloco comunitário, inclusive mesmo se os deputados rejeitem o acordo que seja alcançado com Bruxelas.

Neste contexto, o ministro britânico para a saída do Reino Unido da UE, David Davis, manifestou no fim de semana passado que o governo prepara-se para o eventual cenário que não haver nenhum acordo com a UE, embora opinou que seria "improvável" que ocorresse uma ruptura nas negociações com os outros 27 Estados-membros do bloco.

Segundo Davis, Londres fez planos para as contingências e "para todos os possíveis desenlaces", não só por parte de sua equipe, mas de todos os departamentos governamentais.

Após ativar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa por parte de Londres, em Bruxelas se prepararão para realizar uma "cúpula" monográfica sobre o "Brexit", ainda sem data.

Em meios diplomáticos já se fala de tempo, já que seriam necessárias quatro semanas desde a apresentação por parte britânica da carta invocando dito artigo até que possa ser realizado um Conselho extraordinário sobre o "Brexit".

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