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Ucrânia receberá uma centena de tanques Leopard 1

O anúncio coincidiu com uma visita surpresa a Kiev do novo ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius.

Volodymyr Zelensky: presidente agradeceu aos três países "por seu apoio pertinente" (Dmytro Smolyenko/ Ukrinform/Future Publishing via/Getty Images)

Volodymyr Zelensky: presidente agradeceu aos três países "por seu apoio pertinente" (Dmytro Smolyenko/ Ukrinform/Future Publishing via/Getty Images)

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AFP

Publicado em 7 de fevereiro de 2023 às 19h16.

Três países europeus anunciaram nesta terça-feira o envio, nos próximos meses, de uma centena de tanques pesados Leopard 1 à Ucrânia, para repelir as forças da Rússia, que afirmou que sua ofensiva no leste ucraniano é bem-sucedida.

O anúncio coincidiu com uma visita surpresa a Kiev do novo ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius. Líderes da Ucrânia continuam pedindo a seus aliados ocidentais que acelerem o envio dos tanques prometidos.

"Pelo menos 100 tanques Leopard 1 A5" serão entregues nos próximos meses, informaram os ministros da Defesa da Alemanha, Holanda e Dinamarca, em comunicado conjunto.

Após se reunir com Pistorius, que visitava a Ucrânia pela primeira vez, o presidente Volodymyr Zelensky agradeceu aos três países "por seu apoio pertinente".

Os Leopard 1, mais antigos do que os Leopard 2, dos quais a Alemanha também prometeu 14 exemplares para a Ucrânia, serão recondicionados. O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, publicou no Twitter uma foto sorridente com Boris Pistorius segurando um tanque em miniatura e agradecendo à Alemanha.

O calendário das entregas ocidentais, no entanto, não está claro, no momento em que a Ucrânia teme um novo ataque russo em grande escala. A Rússia afirmou hoje que sua ofensiva no leste ucraniano avança com sucesso.

Desde janeiro, o Exército russo, apoiado pelo grupo paramilitar Wagner e reforçado pela mobilização de civis, voltou à ofensiva, especialmente na região leste de Donbass, que faz parte dos territórios que Moscou reivindica como regiões anexadas.

"Atualmente, os combates avançam com sucesso nas áreas" de Bakhmut e de Vugledar, afirmou o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, em comunicado divulgado após uma reunião com autoridades do Exército e de seu ministério.

O ministro russo citou as recentes conquistas de sete cidades, incluindo Soledar, um município vizinho de Bakhmut que as forças ucranianas cederam em janeiro.

Escalada imprevisível

Shoigu também alertou o Ocidente de que um aumento na ajuda militar à Ucrânia pode "levar a um nível imprevisível de escalada" do conflito.

Especialistas concordam em que a Rússia prepara uma grande ofensiva para o fim do inverno ou começo da primavera (hemisfério norte, outono no Brasil), com o objetivo de conquistar pelo menos todo o Donbass, que atualmente está parcialmente ocupado pelas forças de Moscou.

Pavlo Kyrylenko, governador da região de Donetsk, onde está Bakhmut, reconheceu que a situação se torna cada vez mais difícil nesta cidade, segundo uma entrevista publicada nesta terça-feira pela rádio Svoboda.

A autoridade regional disse que "tudo o que for possível" será feito para evitar a queda da cidade, mas afirmou que os soldados ucranianos "não serão usados como bucha de canhão" para manter a posição a qualquer custo.

A queda de Bakhmut abriria caminho para uma ofensiva russa em Kramatorsk, principal cidade do Donbass sob controle ucraniano.

Cerca de 150 km ao sul, forças russas seguiam com sua ofensiva em Vugledar, perto de um cruzamento ferroviário que conecta com o leste e o sul ocupado. No norte do Donbass, os russos também pressionam o adversário, em uma área reconquistada por Kiev em setembro.

Sergey Solomon, 31, trabalhador da construção convertido em soldado, confirmou que as forças ucranianas correm o risco de serem superadas por Moscou em armamento.

"Os russos têm tanques, transportes blindados de pessoal, Grads (foguetes), tudo o que você pode imaginar", disse. "Temos equipamentos, mas não muita munição", afirmou.

Americanos e europeus decidiram enviar tanques ao Exército ucraniano para que possa enfrentar melhor uma ofensiva russa ou lançar sua própria. Mas seu número se mantém abaixo das espectativas de Kiev e os ocidentais permanecem relutantes a fornecer aviões de combate.

Os Estados Unidos, por sua vez, prometeram as armas com alcance de até 150 km que a Ucrânia exige para poder atacar os depósitos de munição russos e as linhas de abastecimento afastadas da frente.

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