Mundo

Ucrânia pede que parem com bombas para que negociações possam começar

Presidente ucraniano disse que a Rússia precisa parar de bombardear cidades ucranianas antes que negociações substanciais sobre um cessar-fogo possam começar

Volodymyr Zelenskiy: É necessário pelo menos parar de bombardear as pessoas, apenas pare com os bombardeios e então vamos sentar na mesa de negociação (Valentyn Ogirenko/Pool/Reuters)

Volodymyr Zelenskiy: É necessário pelo menos parar de bombardear as pessoas, apenas pare com os bombardeios e então vamos sentar na mesa de negociação (Valentyn Ogirenko/Pool/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 1 de março de 2022 às 14h44.

Última atualização em 1 de março de 2022 às 14h57.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy disse nesta terça-feira que a Rússia precisa parar de bombardear cidades ucranianas antes que negociações substanciais sobre um cessar-fogo possam começar, após haver pouco progresso em uma primeira rodada de conversas esta semana.

Falando em uma entrevista em um complexo do governo altamente protegido, Zelenskiy pediu que os membros da Otan criem uma zona aérea restrita para impedir a força aérea russa, dizendo que isso seria uma medida de prevenção e que a ideia não é arrastar a aliança para a guerra com a Rússia.

Zelenskiy, que recusou propostas para deixar a capital da Ucrânia à medida em que as forças russas avançavam, também disse que a Ucrânia exigirá garantias de segurança legalmente vinculantes se a Otan fechar a porta à possibilidade de adesão da Ucrânia.

Apresentando suas condições para mais negociações com a Rússia, Zelenskiy disse à Reuters e à CNN em uma entrevista conjunta: “É necessário pelo menos parar de bombardear as pessoas, apenas pare com os bombardeios e então vamos sentar na mesa de negociação”.

Enquanto ele falava, surgiram notícias de que um míssil russo havia atingido uma torre de televisão na capital da Ucrânia. Mais cedo nesta terça-feira, mísseis acertaram o coração de Kharkiv, cidade no leste do país.

A Ucrânia recebeu carregamentos de armas dos membros da Otan para ajudá-la a resistir a uma invasão militar lançada pelas forças russas semana passada. O Ocidente também introduziu sanções à economia russa.

Mas Zelenskiy pediu que a comunidade internacional faça mais, incluindo impor uma zona aérea restrita. Ele disse, no entanto, que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia lhe dito pessoalmente que agora não era a hora de introduzir uma medida como essa.

A Ucrânia tem pressionado para que a Otan acelere a sua entrada na aliança, uma medida à qual a Rússia se opõe ferozmente e que é citada como uma das razões para o lançamento da campanha militar.

“Nossos parceiros, se eles não estiverem prontos para receber a Ucrânia na Otan… porque a Rússia não quer que a Ucrânia esteja na Otan, deveriam trabalhar por garantias de segurança comuns para a Ucrânia”, disse Zelenskiy.

“Isso significa que temos nossa integridade territorial, que nossas fronteiras são protegidas, temos relações especiais com todos nossos vizinhos, somos completamente seguros, e os fiadores que nos dão segurança, eles a garantam legalmente”.

Zelenskiy, 44, estava com barba por fazer e usava uma simples camiseta cáqui, calça e botas durante a entrevista, que foi realizada em um complexo do governo altamente protegido pelo Exército.

Acompanhe tudo sobre:RússiaUcrânia

Mais de Mundo

Irã realizou ciberataque contra campanha de Donald Trump, concluem serviços de segurança nos EUA

Na Argentina, supermercado aceita dólares velhos pelo 'melhor preço' para lidar com inflação

Convenção Democrata começa com Kamala à frente nas pesquisas em relação a Trump; veja

Blinken garante que Israel aceitou última proposta de acordo sobre Gaza

Mais na Exame