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Ucrânia pede fim de neutralidade da América Latina

O interesse expresso de aproximação com a região ocorre após a visita de janeiro à América Latina do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que buscou incluir países como Brasil, Chile e Argentina na lista de fornecedores de armamento para a Ucrânia

Kuleba afirmou que Kiev prepara uma política externa específica para a região e espera aprofundar relações com o Brasil (STR/NurPhoto/Getty Images)

Kuleba afirmou que Kiev prepara uma política externa específica para a região e espera aprofundar relações com o Brasil (STR/NurPhoto/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 08h48.

O chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, pediu nesta quarta-feira, 15, que presidentes e líderes latino-americanos abandonem a neutralidade e escolham "o lado certo da história" na guerra contra a Rússia. Em conferência online organizada pela Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), Kuleba afirmou que Kiev prepara uma política externa específica para a região e espera aprofundar relações com o Brasil - que ganhou um papel central nas últimas semanas, após pedidos da Otan por envio de munição ao Leste Europeu.

"Tínhamos uma relação muito boa com o Brasil. Tínhamos um grande projeto de construir em conjunto uma plataforma de lançamento de foguetes. Esse projeto morreu, e durante anos não tivemos diplomacia. Agora, com a eleição do novo presidente, estaremos reavaliando o projeto de construção de nossa relação com o Brasil", afirmou.

O interesse expresso de aproximação com a região ocorre após a visita de janeiro à América Latina do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, que buscou incluir países como Brasil, Chile e Argentina na lista de fornecedores de armamento para a Ucrânia - apesar de não ter conquistado nenhum compromisso relevante.

Rejeição

Há pouco mais de duas semanas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, rejeitou o pedido de Scholz de se juntar ao esforço internacional para enviar munição à Ucrânia, afirmando que "o Brasil é um país da paz". Lula propôs a criação de uma espécie de grupo de negociação para tentar alcançar uma saída diplomática.

Embora a Otan tenha se comprometido recentemente com o envio de tanques pesados para a Ucrânia e com o treinamento de soldados na operação das máquinas de guerra, os aliados ocidentais deram sinais claros de que a guerra contra os russos está causando problemas para as linhas de suprimento bélico de seus países.

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