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Ucrânia afirma estar reforçando posições na região russa de Kursk

No dia 6 de agosto, o Exército ucraniano atacou a região de Kursk, tomando, segundo Kiev, 82 localidades e 1.150 quilômetros quadrados

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Publicado em 17 de agosto de 2024 às 13h34.

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou neste sábado (17) que o Exército ucraniano está reforçando suas posições na região russa de Kursk, mais de dez dias após o lançamento de uma ofensiva de grande escala em território russo.

Por outro lado, o Ministério da Defesa da Rússia informou neste sábado que suas tropas fizeram o Exército ucraniano recuar em cerca de três localidades da região.

Os soldados russos "repeliram" ataques ucranianos "na direção das localidades de Korenevo, Ruskoye e Cherkaskoye Porechnoye", indicou o ministério russo em um comunicado.

O Exército russo, por sua vez, continuava bombardeando várias regiões da Ucrânia, especialmente no Donbass (leste), onde tem vantagem sobre as forças ucranianas, que estão em número inferior.

No dia 6 de agosto, o Exército ucraniano atacou a região de Kursk, tomando, segundo Kiev, 82 localidades e 1.150 quilômetros quadrados, em uma ofensiva que surpreendeu Moscou e constitui a maior operação militar estrangeira em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.

"O general (Oleksandr) Sirski informou sobre o fortalecimento das posições de nossas forças na região de Kursk e a expansão do território estabilizado", escreveu Zelensky no Telegram ao fim de uma reunião com o comandante em chefe do Exército ucraniano.

No dia anterior, o militar assegurou que suas tropas avançaram "entre um e três quilômetros" e capturaram soldados russos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou há vários dias a seus homens que "expulsassem" as forças ucranianas do território russo.

Pelo menos 12 civis morreram e mais de 100 ficaram feridos desde o início da operação ucraniana, segundo autoridades russas.

Dezenas de ataques russos no leste

A Ucrânia afirma que busca forçar Moscou a retirar tropas de outras partes do front, criar uma "zona tampão" para interromper os bombardeios na fronteira e, sobretudo, utilizar os territórios russos conquistados para pressionar o Kremlin a iniciar negociações "justas".

Mas as conversas entre as duas partes estão completamente estagnadas desde o primeiro semestre de 2022.

Diante do avanço sem precedentes das forças ucranianas em terras russas, dezenas de milhares de civis fugiram, seja por seus próprios meios ou assistidos pelos serviços locais, das cidades fronteiriças da região de Kursk.

Na região vizinha de Belgorod, as autoridades russas mostraram-se alarmadas nos últimos dias, anunciando na noite de sexta-feira que bloquearão o acesso e evacuarão cinco localidades na fronteira a partir de segunda-feira, além de fechar "temporariamente" o acesso a um sexto local.

Do lado ucraniano, o fluxo de retirados também continua a partir da cidade de Sumy, a cerca de 40 quilômetros da fronteira comum. Sumy foi atacada na manhã de sábado pela Rússia, deixando dois feridos, segundo o Ministério do Interior.

Paralelamente, duros combates prosseguem mais ao sul, no leste da Ucrânia, epicentro do conflito onde o Exército russo tem ganhado terreno há meses.

A Rússia reivindicou nos últimos dias a captura de vários vilarejos na direção da cidade de Pokrovsk, um importante ponto logístico na rota para Chasiv Yar e Kostiantynivka.

"Dezenas de ataques russos foram lançados contra nossas posições nas últimas 24 horas", indicou Zelensky no sábado, acrescentando que seus soldados "fazem todo o possível para destruir o ocupante e repelir os ataques".

"A situação está sob controle", afirmou.

Também na região de Donetsk, o governador Vadim Filashkin anunciou no sábado que os ataques russos mataram duas pessoas e feriram outras duas.

Mais ao norte, uma mulher de 49 anos morreu em um bombardeio do Exército russo contra a região de Kharkiv, segundo o Ministério Público local.

Neste sábado, os Serviços de Segurança russos (FSB) abriram uma investigação contra dois jornalistas do canal italiano RAI que realizaram uma reportagem na região de Kursk, após terem atravessado "ilegalmente" a fronteira da Ucrânia, informaram agências de notícias russas.

O FSB "abriu uma investigação criminal" contra os jornalistas italianos Stefania Battistini e Simone Traini por ultrapassarem a fronteira de forma "ilegal", afirmaram os serviços russos em um comunicado citado pelas agências.

A embaixadora italiana na Rússia, Cecilia Piccioni, foi convocada pela diplomacia russa em Moscou na sexta-feira  em relação a este assunto.

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