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Ucrânia acusa separatistas por morte de refugiados

Governo acusou separatistas de ataques com lança-foguetes contra coluna de refugiados, enquanto reunião diplomática não permitiu avanços para cessar-fogo

Soldados russos a 10km de Donetsk: "muitos civis morreram", disse porta-voz (Dmitry Serebryakov/AFP)
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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 11h09.

Donetsk -O governo da Ucrânia acusou nesta segunda-feira os separatistas pró- Rússia de ataques com lança-foguetes múltiplos do tipo Grad contra uma coluna de refugiados perto da cidade de Lugansk, leste do país, que deixaram "vários mortos, incluindo mulheres e crianças".

"Os separatistas atiraram contra uma coluna de refugiados perto de Lugansk, na estrada entre Jriashtsuvat e Novosvitlivka, com Grads e morteiros fornecidos pela Rússia", declarou o porta-voz militar Andrei Lysenko.

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"Muitos civis morreram, incluindo mulheres e crianças", completou, sem revelar um número exato de vítimas

Os refugiados estavam em um corredor humanitário ao norte de Lugansk, reduto dos separatistas pró-Rússia, pelo qual mais de 1.800 pessoas fugiram da cidade em dois dias, segundo o porta-voz.

A denúncia foi feita depois de cinco horas de "difíceis negociações" no domingo em Berlim entre Rússia e Ucrânia, na presença dos ministros das Relações Exteriores da França e da Alemanha.

"Sentimos o apoio de nossos sócios alemão e francês", escreveu no Twitter nesta segunda-feira o chanceler ucraniano, Pavlo Klimkin.

Mas a reunião diplomática de domingo em Berlim não permitiu avanços para um cessar-fogo ou uma solução política ao conflito na Ucrânia, afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

"Ainda não conseguimos resultados positivos, sobretudo para um cessar-fogo ou uma solução política na Ucrânia", disse Lavrov em Berlim, segundo as agências de notícias russas, um dia depois do encontro com os colegas ucraniano, francês e alemão.

"Confirmamos nossa posição: um cessar-fogo deve acontecer sem condições", completou Lavrov.

"Mas lamentavelmente, nossos colegas ucranianos continuam impondo condições, que são bastante vagas, como a de garantir a impermeabilidade da fronteira Rússia-Ucrânia", criticou Lavrov.

O chanceler russo também afirmou que é favorável a uma eventual entrega de drones aos observadores da missão da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), mobilizada em parte da fronteira.

De acordo com Lavrov, a meta é fornecer à missão da OSCE aeronaves sem piloto para controlar a fronteira do lado ucraniano, do espaço aéreo ucraniano.

"Apoiamos esta ideia", disse.

Antes da entrevista de Lavrov, um comunicado do ministério russo destacou "alguns progressos" na reunião em Berlim e um acordo para a "continuidade do diálogo" com a Ucrânia "no mesmo formato", ou seja, com a presença de Alemanha e França.

Uma fonte diplomática francesa afirmou que, "apesar do clima difícil, foram registrados progressos".

"Foram tratados quatro pontos: o cessar-fogo, o controle da fronteira, a ajuda humanitária e o processo político. Aconteceram progressos, mas o contexto é difícil", afirmou a fonte.

A reunião diplomática acontece em um contexto cada vez mais difícil no leste da Ucrânia, cenário de intensos combates entre o exército ucraniano e os insurgentes pró-Moscou.

Kiev e as potências ocidentais acusam Moscou de fornecer armas e combatentes aos insurgentes separatistas ou de, no mínimo, fechar os olhos sobre o fornecimento, o que o governo russo nega.

A Rússia pede um cessar-fogo no leste da Ucrânia para poder transportar uma ajuda humanitária atualmente bloqueada na fronteira.

Sem água em Donetsk

Donetsk, principal reduto separatista e cercada pelo exército ucraniano, está sem água corrente, já que a linha de energia elétrica que alimenta a principal usina de tratamento de água foi danificada por tiros.

As autoridades locais, que adotaram medidas urgentes para fornecer água aos habitantes, pediram aos moradores que possuem poços que disponibilizem os mesmos aos vizinhos.

Os moradores da cidade faziam longas filas nesta segunda-feira diante das lojas que vendem água mineral. Mas os compradores tinham que carregar as próprias garrafas, constataram correspondentes da AFP.

*Atualizada às 11h09 do dia 18/08/2014

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