Separatistas pró-Rússia olham os pertences das vítimas do acidente aéreo da Malaysia Airlines (Maxim Zmeyev/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2014 às 09h41.
Kiev - O governo da Ucrânia denunciou neste sábado que os rebeldes pró-Rússia, que controlam a região onde o voo MH17 da Malaysia Airlines - com quase 300 pessoas a bordo - foi derrubado por um míssil na última quinta-feira, removeram 38 corpos do local do incidente.
"Milicianos armados afastaram as equipes de resgate e os deixaram sem meios de comunicação. Levaram os corpos em um caminhão. De acordo com os milicianos, os corpos serão levados para a cidade de Donetsk", informou uma fonte do governo da região onde aconteceu o acidente, citada pela imprensa ucraniana.
O governo ucraniano disparou também contra a Rússia e acusou o país vizinho de ajudar aos separatistas "a destruir as provas de um crime internacional".
"Nos dirigimos à comunidade internacional e exigimos que a Rússia retire seus terroristas, para permitir que analistas ucranianos e internacionais investiguem as circunstâncias da tragédia", diz comunicado do governo ucraniano.
Kiev acusou os pró-russos de "impedir que as autoridades competentes da Ucrânia iniciem a investigação".
"Além disso, os terroristas buscam transporte de grande envergadura para transferir os restos do avião à Rússia", denunciou o gabinete de ministros ucraniano.
O Executivo ucraniano, em discurso que não admite outras versões do acidente que não seja a de ataque dos pró-russos, advertiu aos separatistas e a Moscou das consequências que deverão enfrentar.
"Não haverá perdão para os criminosos internacionais, nem para aqueles que apoiam esses terroristas, que os treinaram, financiaram e forneceram armas", aponta nota.
O governo ucraniano e os rebeldes se acusam pela derrubada do avião malaio desde pouco depois da divulgação da tragédia. Kiev, além disso, acusou o governo russo de estar envolvido no ataque.
O ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, negou as acusações da Ucrânia e acusou o governo de Kiev de mentir para exercer pressão sobre a investigação.
Pouco depois, o governo dos Estados Unidos apontou que milicianos pró-russos e Moscou como responsáveis pela catástrofe. EFE