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Twitter acusa partido de Boris Johnson de mentir para eleitores

A rede social, que recentemente parou de aceitar publicidade política em todo mundo, emitiu um aviso contra o partido

Boris Johnson: o que vai acontecer com os tuites? (WPA Pool / Base de fotógrafos/Getty Images)
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AFP

Publicado em 20 de novembro de 2019 às 11h26.

O Twitter acusou o partido conservador do primeiro-ministro Boris Johnson de "enganar" os britânicos, ao apresentar durante um debate eleitoral na terça-feira uma de suas contas na rede social como se fosse uma conta de verificação de informações.

Enquanto o chefe do governo conservador e seu adversário trabalhista Jeremy Corbyn se enfrentavam em seu primeiro debate televisivo desde o início da campanha para as legislativas de 12 de dezembro, outra briga ocorria na Internet.

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A conta no Twitter do serviço de imprensa dos Tories, CCHQPress, mudou repentinamente seu nome para "FactcheckUK".

A rede social, que recentemente parou de aceitar publicidade política em todo mundo, emitiu um aviso contra o partido, anunciando que tomaria medidas em caso de novas tentativas de "enganar as pessoas" durante a campanha no Reino Unido.

A conta em questão tem o selo azul, que significa que foi verificada e é uma garantia de confiança.

"O Twitter está comprometido para que um debate saudável possa ocorrer durante a campanha eleitoral britânica. Internacionalmente, temos regras que proíbem comportamentos enganosos, mesmo com contas certificadas", disse um porta-voz da rede social.

"Qualquer nova tentativa de enganar as pessoas modificando informação certificada, como foi feito durante o debate sobre as eleições no Reino Unido, levará a sanções", acrescentou a rede social.

O porta-voz do partido democrata liberal, Tom Brake, denunciou uma manobra "que saiu diretamente do manual de Donald Trump, ou de Vladimir Putin", presidentes americano e russo, respectivamente.

Os eleitores sabem que não podem "acreditar em uma palavra do que Boris Johnson ou os conservadores dizem", acrescentou.

Desprezo pela verdade

O deputado trabalhista David Lammy considerou que esta questão destaca o "desprezo" do Partido Conservador e do governo "pela verdade".

O ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, respondeu, afirmando que o ato foi uma maneira de o partido refutar, em tempo real, os "absurdos" proferidos, segundo ele, por Jeremy Corbyn. Quem viu a controversa conta no Twitter "mais de uma fração de segundo não pode ser enganado", disse ele à BBC.

Desde a noite de terça-feira, a associação independente de controle de informações Full Fact alertou os usuários.

O CEO da Full Fact, Will Moy, estimou nesta quarta-feira (20), em entrevista à Rádio BBC 4, que o Twitter poderia ter renomeado a conta conservadora "à força". Mas, segundo ele, não é a responsabilidade da rede social que está em jogo, mas da parte que "escolheu" se passar por uma conta de "verificação de informações".

"Não publicavam informações precisas", mas "as linhas do partido", denunciou. "Mudaram suas cores, mudaram de nome, mudaram de logotipo para algo que não se assemelhava ao partido conservador", completou.

Já a comissão eleitoral do Reino Unido reiterou seu apelo aos militantes para que ajam de maneira "responsável" e respeitem a "transparência".

Em uma carta escrita antes da polêmica, que poderia colocar em risco a confiança dos eleitores nos líderes políticos, os arcebispos de York e Canterbury pediram ontem que os candidatos "debatam com respeito, sem recorrer a ataques pessoais, e se comportem de maneira responsável, principalmente nas redes sociais".

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