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Turquia nega haver cessar-fogo com curdos no norte da Síria

"A república turca é um Estado soberano e legítimo que não pode ser colocado no mesmo nível que uma organização terrorista", disse o ministro turco

Exército turco: Ancara considera estes grupos curdos sírios como uma segregação do PKK (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2016 às 09h42.

A Turquia desmentiu nesta quarta-feira ter aceito um cessar-fogo com as milícias curdas na Síria , como anunciado pelos Estados Unidos, e negou qualquer compromisso com os " terroristas ", como são chamados por Ancara, a quem combate em sua inédita ofensiva no norte daquele país.

"Não aceitamos sob nenhuma circunstância (diferentemente do que) alguns porta-vozes de países estrangeiros dizem, um compromisso ou cessar-fogo entre a Turquia e elementos curdos", declarou o ministro turco de Assuntos Europeus, Omer Celik, sobre o anúncio feito na terça-feira por Washington.

"A república turca é um Estado soberano e legítimo que não pode ser colocado no mesmo nível que uma organização terrorista", disse, referindo-se ao PYD, o Partido de União Democrática dos curdos da Síria e seu braço armado YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo).

Ancara considera estes grupos curdos sírios como uma segregação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegal na Turquia, que desde 1984 realiza uma sangrenta rebelião contra o Estado turco.

A Turquia havia anunciado no domingo ter matado "25 terroristas" das YPG, mas desde segunda-feira ao meio-dia não foi registrado nenhum bombardeio turco contra milícias curdas. O acordo provisório ao qual Washington se referia previa uma trégua a partir das 21h00 GMT (18h00 de Brasília) de segunda-feira, segundo rebeldes sírios.

A Turquia lançou há uma semana uma ofensiva, sem precedentes desde o início da guerra na Síria em 2011, no norte deste país para fazer os combatentes do grupo Estado Islâmico (EI), mas também as milícias curdas, retrocederem, porque teme que elas formem um corredor ao longo da fronteira turco-síria.

- Foco no EI -

A trégua que Ancara desmente foi anunciada na terça-feira por um funcionário da defesa americano e pelas milícias curdas no norte da Síria.

"Nas últimas horas nos garantiram que todas as partes envolvidas deterão os disparos e se concentrarão na ameaça do grupo Estado Islâmico", afirmou o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central.

Este anúncio não foi em nenhum momento confirmado pelo governo turco.

Uma semana depois do início da ofensiva turca, e após os confrontos do exército com os combatentes das YPG, os Estados Unidos expressaram sua preocupação e convocaram ambas as partes a deter os combates.

Washington considera os curdos como os combatentes mais eficazes contra o EI, o grande inimigo das potências ocidentais. Mas ao mesmo tempo a Turquia é uma aliada chave na Otan dos Estados Unidos.

Por isso, a situação é triste para o Pentágono, que baseou sua estratégia para derrotar o EI na Síria através das Forças Democratas Sírias (SDF) lideradas pelos curdos e que investiu grandes somas para treinar e formar este grupo.

Por sua vez, a Turquia também desmentiu nesta quarta-feira ter convocado o embaixador dos Estados Unidos para protestar contra as críticas americanas a sua intervenção na Síria.

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A Turquia desmentiu nesta quarta-feira ter aceito um cessar-fogo com as milícias curdas na Síria , como anunciado pelos Estados Unidos, e negou qualquer compromisso com os " terroristas ", como são chamados por Ancara, a quem combate em sua inédita ofensiva no norte daquele país.

"Não aceitamos sob nenhuma circunstância (diferentemente do que) alguns porta-vozes de países estrangeiros dizem, um compromisso ou cessar-fogo entre a Turquia e elementos curdos", declarou o ministro turco de Assuntos Europeus, Omer Celik, sobre o anúncio feito na terça-feira por Washington.

"A república turca é um Estado soberano e legítimo que não pode ser colocado no mesmo nível que uma organização terrorista", disse, referindo-se ao PYD, o Partido de União Democrática dos curdos da Síria e seu braço armado YPG (Unidades de Proteção do Povo Curdo).

Ancara considera estes grupos curdos sírios como uma segregação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), ilegal na Turquia, que desde 1984 realiza uma sangrenta rebelião contra o Estado turco.

A Turquia havia anunciado no domingo ter matado "25 terroristas" das YPG, mas desde segunda-feira ao meio-dia não foi registrado nenhum bombardeio turco contra milícias curdas. O acordo provisório ao qual Washington se referia previa uma trégua a partir das 21h00 GMT (18h00 de Brasília) de segunda-feira, segundo rebeldes sírios.

A Turquia lançou há uma semana uma ofensiva, sem precedentes desde o início da guerra na Síria em 2011, no norte deste país para fazer os combatentes do grupo Estado Islâmico (EI), mas também as milícias curdas, retrocederem, porque teme que elas formem um corredor ao longo da fronteira turco-síria.

- Foco no EI -

A trégua que Ancara desmente foi anunciada na terça-feira por um funcionário da defesa americano e pelas milícias curdas no norte da Síria.

"Nas últimas horas nos garantiram que todas as partes envolvidas deterão os disparos e se concentrarão na ameaça do grupo Estado Islâmico", afirmou o coronel John Thomas, porta-voz do Comando Central.

Este anúncio não foi em nenhum momento confirmado pelo governo turco.

Uma semana depois do início da ofensiva turca, e após os confrontos do exército com os combatentes das YPG, os Estados Unidos expressaram sua preocupação e convocaram ambas as partes a deter os combates.

Washington considera os curdos como os combatentes mais eficazes contra o EI, o grande inimigo das potências ocidentais. Mas ao mesmo tempo a Turquia é uma aliada chave na Otan dos Estados Unidos.

Por isso, a situação é triste para o Pentágono, que baseou sua estratégia para derrotar o EI na Síria através das Forças Democratas Sírias (SDF) lideradas pelos curdos e que investiu grandes somas para treinar e formar este grupo.

Por sua vez, a Turquia também desmentiu nesta quarta-feira ter convocado o embaixador dos Estados Unidos para protestar contra as críticas americanas a sua intervenção na Síria.

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