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Turquia anuncia início de operação militar contra curdos na Síria

Para a Turquia, as milícias curdas são grupos terroristas, embora elas recebam apoio de grande parte da comunidade internacional

Síria: Erdogan diz que seu objetivo é criar uma "zona de segurança" para receber refugiados sírios (Burak Kara/Getty Images)

Síria: Erdogan diz que seu objetivo é criar uma "zona de segurança" para receber refugiados sírios (Burak Kara/Getty Images)

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AFP

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 10h52.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 12h38.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou nesta quarta-feira o início de uma nova operação militar na Síria contra a milícia curda das Unidades de Proteção do Povo (YPG) apoiada por países ocidentais.

"As forças armadas turcas e o Exército Nacional da Síria (rebeldes sírios apoiados por Ancara) iniciaram a 'Operação Fonte de Paz' no norte da Síria", disse Erdogan no Twitter.

Mais cedo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu a Erdogan que refletisse antes antes de iniciar qualquer ofensiva na Síria, informou o Kremlin em comunicado.

"Putin pediu às autoridades turcas para refletir sobre a situação e não impedir que esforços comuns para resolver a crise síria fossem afetados", disse o comunicado, após uma conversa telefônica entre os dois presidentes.

Na conversa, Erdogan afirmou que a ofensiva turca contra uma milícia síria curda trará "paz e estabilidade" à Síria.

"O presidente declarou que a operação militar planejada no leste do rio Eufrates contribuirá para a paz e a estabilidade na Síria e abrirá o caminho para uma solução pacífica", disse uma fonte da presidência turca.

A Turquia considera as milícias curdas YPG um grupo terrorista, embora recebam o apoio de grande parte da comunidade internacional.

Ancara diz que seu objetivo será criar uma "zona de segurança", destinada a receber refugiados sírios na Turquia e separar a fronteira da Turquia das posições da YPG.

Vários países demonstram preocupação com as conseqüências humanitárias dessa ofensiva.

O presidente americano, Donald Trump, que inicialmente deu luz verde a esta operação, voltou atrás mais tarde e garantiu que Washington "não abandonou os curdos".

A Rússia e a Turquia, apesar de apoiarem lados opostos na Síria, aumentaram sua cooperação nos últimos anos.

No entanto, na terça-feira, Moscou pediu para evitar ações que possam ser contraproducentes para uma possível resolução do conflito, no momento em que um conselho constitucional foi formado na Síria.

Nesta quarta-feira, o porta-voz de Erdogan se encontrou com o conselheiro de segurança nacional de Trump, Robert O'Brien.

"Vamos informar a ONU e todos os países envolvidos, incluindo a Síria", sobre o desenvolvimento desta operação, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlüt Cavusoglu, segundo a agência de imprensa Anatólia.

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