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Turquia apresentará projeto de lei para acelerar paz

Governo turco planeja apresentar dentro de alguns dias uma proposta de reforma para fazer avançar seu processo de paz com militantes curdos

Insurgentes curdos: Curdos representam cerca de 20% da população turca e apoio pode ser decisivo para Erdogan (Safin Hamed/AFP)
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Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2014 às 12h17.

Ancara - O governo turco planeja apresentar ao Parlamento dentro de alguns dias uma proposta de reforma para fazer avançar seu processo de paz com militantes curdos, em uma medida que pode aumentar o apoio ao primeiro-ministro Tayyip Erdogan antes da eleição presidencial em agosto.

O vice-primeiro-ministro Besir Atalay disse a repórteres, durante visita a Bucareste na terça-feira, que o governo havia completado o trabalho sobre um plano de trabalho legislativo para o processo de paz e estava buscando as assinaturas de ministros para o projeto de lei.

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"Eu fiz uma apresentação sobre o projeto na última reunião de gabinete. Uma decisão foi tomada e dentro de alguns dias vamos apresentá-lo ao Parlamento como um projeto de lei”, disse em comentários transmitidos na televisão turca, nesta quarta-feira.

Os comentários de Atalay aconteceram uma semana antes de o partido governista AK anunciar seu candidato —provavelmente Erdogan— para a primeira eleição presidencial direta da Turquia, que acontecerá em agosto.

Curdos representam cerca de 20 por cento da população turca e seu apoio pode ser decisivo para a candidatura de Erdogan, embora uma pesquisa de opinião nesta semana tenha sugerido que ele ainda pode ter apoio suficiente sem precisar do voto deles.

A medida também surge em meio ao crescente conflito no vizinho Iraque entre insurgentes islâmicos e forças do governo. Embora o pacote turco de reformas esteja há tempos sobre a mesa e não tenha relação com os eventos no Iraque, ele pode ajudar a estabelecer relações positivas com os curdos iraquianos.

Erdogan iniciou as conversas de paz com o líder militante preso Abdullah Ocalan em 2012, buscando encerrar uma insurgência de três décadas com o grupo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em um confronto que deixou mais de 40 mil mortos.

O aumento da atividade militar e dos protestos nas ruas nos últimos meses semearam dúvidas sobre as possibilidades de um acordo final. Deputados do Partido Democrático dos Povos (HDP), uma sigla pró-curdos, devem discutir o projeto com Ocalan quando o visitarem na cadeia esta semana, “A lei vai reconhecer um processo de negociação, fornecendo uma garantia do Estado para abrigar os esforços até que a meta de baixar as armas seja alcançada”, disse à Reuters o parlamentar Idris Baluken, que se encontrou tanto com Ocalan quanto com o PKK para facilitar o processo.

O plano legal também deve incluir melhores condições para Ocalan, incluindo permissões para que ele estabeleça contato direto com o PKK e grupos não-governamentais.

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