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Turquia ameaça lançar operação terrestre na Síria

Os comentários de Erdogan chegam depois que um foguete da Síria atingiu a cidade fronteiriça turca de Karamis nesta segunda-feira, deixando dois mortos e seis feridos

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan (centro) fala com o ministro da Defesa Hulusi Akar (à esquerda) a bordo do avião presidencial em 20 de novembro de 2022 (Rémi BANET con Gihad DARWISH/AFP Photo)

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan (centro) fala com o ministro da Defesa Hulusi Akar (à esquerda) a bordo do avião presidencial em 20 de novembro de 2022 (Rémi BANET con Gihad DARWISH/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 21 de novembro de 2022 às 14h29.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira, 21, que planeja lançar uma "operação terrestre" na Síria, um dia depois que vários bombardeios foram realizados contra posições curdas na Síria e no Iraque e vários foguetes foram disparados contra a Turquia a partir do território sírio.

"Não se trata desta operação se limitar apenas a uma operação aérea", declarou o chefe de Estado aos jornalistas turcos que o acompanharam na viagem de retorno do Catar, onde assistiu à cerimônia de abertura da Copa do Mundo.

"As unidades competentes, nosso Ministério da Defesa e nosso Estado-Maior decidirão juntos sobre a potência com a qual nossas forças terrestres" devem agir, afirmou o presidente, que indicou que os órgãos estão realizando "consultas" sobre esta questão.

"Já avisamos: quem nos incomodar em nosso território vai pagar por isso", insistiu.

Os comentários de Erdogan chegam depois que um foguete da Síria atingiu a cidade fronteiriça turca de Karamis nesta segunda-feira, deixando dois mortos e seis feridos, de acordo com o governador regional.

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O ataque ocorre um dia depois que a Turquia lançou uma série de ataques a bases de grupos curdos na fronteira com a Síria e o Iraque, de onde Ancara diz que ataques "terroristas" foram lançados, referindo-se ao ataque de Istambul em 13 de novembro.

Pelo menos 35 pessoas foram mortas e 70 ficaram feridas nos ataques aéreos turcos, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, que tem uma extensa rede de fontes na Síria.

As Forças Democráticas Sírias (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos e lideradas pelos curdos, foram um dos alvos dos bombardeios e informaram à AFP que a Turquia retomou os ataques nesta segunda-feira.

Milhares de pessoas se reuniram hoje para enterrar 11 pessoas que morreram na cidade de Al Malikiya, no nordeste da Síria, durante um bombardeio.

Segundo um jornalista da AFP, os corpos estavam envoltos na bandeira vermelha, branca e verde dos curdos.

"70 aviões e drones"

A ofensiva turca, apelidada de "Operação Garra-Espada", ocorre na sequência da explosão recente no centro de Istambul, na qual morreram seis pessoas e 81 ficaram feridas.

A Turquia culpa o PKK pelo ataque, o mais mortal em cinco anos e que trouxe lembranças dolorosas de uma onda de atentados no país entre 2015 e 2017 que foram atribuídos principalmente a militantes curdos e extremistas do grupo Estado Islâmico.

Mas nenhum indivíduo ou grupo reivindicou a responsabilidade e tanto o PKK quanto as YPG — as Unidades de Proteção Popular, vistas por Ancara como uma extensão do PKK — negam qualquer envolvimento no ataque.

Os bombardeios turcos também tiveram como alvo as bases do PKK nas regiões de Kandil, Asos e Hakurk no norte do Iraque e as bases das YPG em Kobane, Tal Rifaat, Jazira e Derik na Síria, de acordo com o Ministério da Defesa turco.

Erdogan indicou nesta segunda-feira que "consultas" estavam em andamento com o objetivo de intensificar a resposta militar.

Na operação de domingo, foram usados "70 aviões e drones", que entraram "140 quilômetros no norte do Iraque e 20 quilômetros no norte da Síria", disse ele.

O líder afirmou que não manteve "nenhuma conversa" com o presidente americano Joe Biden ou com seu homólogo russo Vladimir Putin sobre essa operação.

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