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Turista dinamarquesa é vítima de estupro coletivo na Índia

O suposto ataque ocorrido a poucos minutos da Connaught Place, no coração da capital indiana


	Mulheres indianas: mulheres em viagem a Paharganj afirmaram que estavam cientes de casos passados de violência sexual, e o novo incidente aumentou ainda mais a sua preocupação (Getty Images)

Mulheres indianas: mulheres em viagem a Paharganj afirmaram que estavam cientes de casos passados de violência sexual, e o novo incidente aumentou ainda mais a sua preocupação (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 14h50.

Nova Délhi - A polícia indiana deteve um grupo de homens sem-teto após o suposto estupro de uma turista dinamarquesa de 51 anos que havia se perdido na noite de terça-feira no centro de Nova Délhi, indicaram nesta quarta-feira autoridades policiais.

A mulher havia se aproximado de um grupo de homens para perguntar o caminho de volta ao seu hotel, no bairro de Paharganj, uma zona de hotéis baratos e muito utilizados por mochileiros no centro da capital indiana.

Seis homens jovens, armados com facas, a agrediram e roubaram seus pertences, segundo um policial e o recepcionista de um hotel, que informaram que ela estava sozinha em Nova Délhi, onde chegou na segunda-feira depois de ter visitado o Taj Mahal, em Agra.

"Detivemos um grupo de homens e estamos interrogando-os", declarou o delegado Deepak Mishra à AFP.

Um investigador da delegacia de polícia de Paharganj, que não quis se identificar, informou à AFP que a vítima foi mantida refém sob a ameaça de facas por três horas e recebeu chutes e tapas.

Seu telefone celular e dinheiro também foram levados.

O suposto ataque ocorrido a poucos minutos da Connaught Place, no coração da capital indiana, é o mais recente envolvendo um estrangeiro na Índia e traz novamente à tona dúvidas quanto à segurança das mulheres no segundo país mais populoso do mundo.

No mês passado, a Índia lembrou o primeiro aniversário da morte de uma estudante estuprada por vários homens em um ônibus na capital, um ataque que chocou toda a nação.


Ataques de "vagabundos"

A vítima dinamarquesa se recusou a ser examinada por médicos e estava claramente traumatizada pela experiência, mas forneceu uma declaração detalhada durante a noite na presença do embaixador de seu país, informou a polícia.

"Identificamos de quatro a seis pessoas, que são os principais suspeitos do crime", declarou um policial a cargo do caso, acrescentando que eles aparentemente eram "vagabundos".

"Ela nos disse que os criminosos eram em sua maioria jovens", acrescentou.

A mulher já deixou a Índia.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Dinamarca informou que "será oferecido à vítima apoio e cuidados quando ela chegar em casa na Dinamarca", mas se recusou a fornecer mais detalhes.

O crime ocorreu no terreno do Clube dos Oficiais Ferroviários, e a vítima afirmou que foi arrastada para uma área isolada rodeada de árvores perto de uma estátua, segundo a polícia.

Uma equipe de investigação visitou na manhã desta quarta-feira o local e a polícia está em posse das roupas que a vítima estava utilizando no momento do ataque.

Kuldeep Singh, um recepcionista no hotel da vítima, disse que a mulher parecia estar calma quando retornou, por volta das 20h30 locais (13h00 de Brasília), mas, em seguida, confidenciou o ocorrido a outro viajante.

"Primeiro ela veio na minha direção na recepção e me disse que precisava de 200 rúpias para dar ao motorista do carro, já que tinha sido assaltada", declarou Singh.

Este caso é registrado dez dias após uma polonesa ter sido supostamente drogada e estuprada por um taxista quando se dirigia à capital com sua filha de dois anos.


Mulheres com medo

Mulheres em viagem a Paharganj afirmaram que estavam cientes de casos passados de violência sexual, e o novo incidente aumentou ainda mais a sua preocupação.

"Eu me senti muito insegura ao andar pelas ruas e ver o que você vê, e todos estão olhando para você, mas você não pode deixar de viajar para a Índia por causa disso", declarou Jessica Orpwood, uma mochileira de 21 anos da Nova Zelândia.

Protestos contra a violência sexual no último ano levaram o Parlamento da Índia a endurecer as leis para estupradores e outros criminosos, enquanto outras reformas judiciais e policiais têm incentivado as mulheres a denunciar os ataques.

Mas os casos de agressões e estupros brutais continuam enchendo as páginas dos meios de comunicação indianos.

Uma estudante foi estuprada no domingo por três homens em Ranchi, no leste do país, enquanto um amigo seu era contido, relatou o jornal Hindustan Times nesta quarta-feira.

E três nepaleses foram condenados a 20 anos de prisão no mês passado pelo estupro em grupo de uma turista americana em junho, no norte do país.

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