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Tunísia detém 1.100 pessoas e prolonga toque de recolher

Cerca de 1.100 pessoas foram detidas nos últimos dias na Tunísia por vandalismo, pilhagem e violação do toque de recolher


	Manifestante segura bandeira da Tunísia
 (ANIS MILI)

Manifestante segura bandeira da Tunísia (ANIS MILI)

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Da Redação

Publicado em 25 de janeiro de 2016 às 17h16.

Túnis - Cerca de 1.100 pessoas foram detidas nos últimos dias na Tunísia por vandalismo, pilhagem e violação do toque de recolher, cuja vigência foi prolongada, informou nesta segunda-feira o Ministério do Interior.

Jalifa Chibani, responsável de comunicação da Guarda Nacional, atualizou o número de detidos divulgado esta manhã, que elevou a 1.105 pessoas nos últimos dias.

Segundo Chibani, 582 pessoas estão implicadas em atos de violência e saques nas ruas, enquanto 523 foram detidas por não respeitar o toque de recolher desde que este foi imposto na quinta-feira passada, após vários dias de protestos.

A violência começou depois que centenas de pessoas saíram às ruas para protestar contra o desemprego e a paralisia econômica nas zonas rurais da província sudoeste de Kasserine, empobrecida e afetada pela ação de grupos jihadistas que se escondem junto à fronteira com a Argélia.

As manifestações, que começaram como um simples arrebatamento de indignação social, foram rapidamente manipuladas por grupos de extrema direita associados ao antigo regime e movimentos radicais salafistas para gerar violência, segundo analistas.

A situação ficou tão perigosa na quinta-feira que o primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, se viu obrigado a abandonar o Fórum de Davos e retornar imediatamente ao país.

Os protestos acontecem no meio da crise que sacode o partido Nida Tunis, majoritário na coalizão de governo, que se dividiu dias atrás e perdeu a maioria que tinha na câmara em favor de seus parceiros, os islamitas moderados de An Nahda.

Dias antes Essid tinha ordenado uma remodelação do governo na qual os islamitas ganharam peso.

Cinco anos depois da revolução que derrubou a ditadura de Zine El Abidine Ben Ali, a violência jihadista, o desemprego, a alta dos preços, a frustração pela lentidão das reformas e a restrição de alguns direitos com a desculpa da segurança ameaçam o progresso da única "primavera árabe" que não fracassou. 

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