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Tufão Hagibis deixa 26 mortos no Japão

Mais de 100.000 socorristas, incluindo 31.000 soldados, trabalhavam à noite no auxílio de pessoas isoladas pelas águas

Pessoas em centro de evacuação: estragos causados pelo tufão Hagibis (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

Pessoas em centro de evacuação: estragos causados pelo tufão Hagibis (Kim Kyung-Hoon/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de outubro de 2019 às 12h39.

Pelo menos 26 pessoas morreram, e 15 estão desaparecidas, após a passagem do devastador tufão Hagibis pelo Japão, conforme noticiou a imprensa local neste domingo 13.

Mais de 100.000 socorristas, incluindo 31.000 soldados, trabalhavam à noite no auxílio de pessoas isoladas pelas águas, depois que as chuvas torrenciais causaram deslizamentos de terra e o transbordamento de rios.

Oficialmente, o governo divulgou um balanço de 14 mortos e 11 desaparecidos, mas a imprensa japonesa informa que ao menos 26 pessoas teriam morrido e que 15 estariam desaparecidas.

Acompanhada de chuvas de intensidade sem precedentes, o tufão semeou desolação ao passar pelo centro e leste do Japão entre sábado à noite e domingo de manhã.

Na região de Nagano (centro), houve inundações significativas. Um dique cedeu, deixando caminho livre para as águas do rio Chikuma, em uma área residencial onde as casas foram inundadas.

Em Kawagoe, noroeste de Tóquio, os socorristas retiraram de barco um grupo de idosos, alguns em cadeiras de rodas, de um lar para idosos.

Cerca de 7,3 milhões de japoneses receberam orientação de evacuação voluntária após níveis recordes de chuvas. Milhares de pessoas foram abrigadas em ginásios, ou em grandes espaços, onde receberam comida, água e cobertores.

A intensidade "sem precedentes" das chuvas fez a Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês) emitir nível máximo de alerta, categoria reservada para situações de possível catástrofe.

Hagibis chegou no sábado, pouco antes das 19h (7h em Brasília), segundo a JMA. Alcançou Tóquio por volta das 21h, acompanhado por rajadas de vento de até 200 km/h.

Rastro de destruição

Mesmo antes de tocar em terra, Hagibis causou uma morte no sábado, na região de Chiba (periferia leste de Tóquio), onde o corpo de um homem foi encontrado morto em um caminhão basculante.

O saldo aumentou com a passagem da maior parte da tempestade, que deixou mortos na região de Tóquio, no centro e no nordeste do país.

Um cargueiro com bandeira panamenha foi destruído na noite de sábado na Baía de Tóquio, causando pelo menos uma vítima letal entre os membros da tripulação. Outros quatro foram resgatados, mas sete continuam desaparecidos.

"O governo fará todo o possível", disse o primeiro-ministro Shinzo Abe, acrescentando que está disposto a mobilizar mais tropas.

No domingo à noite, mais de 110 mil casas continuavam sem energia elétrica.

"Á água em casa subiu até um nível acima da minha cabeça. Todos os móveis foram arrastados", contou à AFP Hajime Tokuda, que mora em Kawasaki, oeste de Tóquio.

Em Higashi Matsuyama, na região de Saitama (noroeste de Tóquio), os plantadores de arroz e de flores tentavam contabilizar o prejuízo deste domingo, depois que a água invadiu armazéns com as última colheitas.

"Nunca tínhamos tido uma inundação como esta aqui", comentou um agricultor que pediu para não ser identificado.

Vários rios transbordaram, entre eles o Tama, ao oeste de Tóquio, que passa por zonas densamente povoadas.

As autoridades também liberaram parte da água de várias represas que ameaçavam transbordar.

Partidas de rúgbi canceladas

O tufão também forçou a mudança na programação de duas competições esportivas realizadas no Japão.

As sessões classificatórias do Grande Prêmio de Fórmula 1 disputado em Suzuka (centro) foram adiadas de sábado para domingo, e três partidas da Copa do Mundo de Rúgbi (França-Inglaterra e Nova Zelândia-Itália marcada para sábado, e Namíbia-Canadá, para domingo) foram canceladas.

Já a decisiva partida Escócia-Japão deste domingo, que corria o risco de ser cancelada, aconteceu como planejado.

O tufão também paralisou o transporte na zona metropolitana de Tóquio, em um fim de semana prolongado, devido ao feriado de segunda-feira. Conexões aéreas, de trem e linhas de metrô foram suspensas no sábado.

Todos os anos, o Japão costuma ser atingido por uma média de 20 tufões. Antes de Hagibis, o tufão Faxai deixou pelo menos dois mortos em setembro e causou danos significativos em Chiba.

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