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Tsipras e Putin defendem em Moscou fim da guerra de sanções

Os dois líderes assinaram um Plano de Ação conjunta para 2015-2016 que prevê a cooperação em diferentes âmbitos econômicos


	Putin assegurou que a reunião se resumiu a conversas sobre investimentos em infraestrutura, transporte e energia e que a Grécia não pediu ajuda financeira
 (Russian Presidential Press and Information Office/Fotos Públicas)

Putin assegurou que a reunião se resumiu a conversas sobre investimentos em infraestrutura, transporte e energia e que a Grécia não pediu ajuda financeira (Russian Presidential Press and Information Office/Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2015 às 16h18.

Moscou - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, defenderam nesta quarta-feira o fim da política de sanções entre a União Europeia e a Rússia, que causou graves danos para as economias de seus países.

"Círculo vicioso", como chamou Tsipras, ou "guerra de sanções", para Putin, os dois líderes concordaram que estas medidas não resolvem os problemas surgidos entre Bruxelas e Moscou pela crise da Ucrânia.

Os dois conversaram com a imprensa após um encontro no Kremlin. A reunião foi precedida por fortes críticas de alguns sócios europeus a Tsipras e por especulações sobre a possibilidade da Grécia pedir ajuda financeira de Moscou para atenuar seu endividamento em plena negociação com Bruxelas.

"O melhor modo de resolver estes problemas é pôr fim à guerra de sanções e às medidas de resposta" da Rússia, disse Putin.

Tsipras ressaltou que o embargo às importações de alguns produtos europeus por parte da Rússia representou uma "grande ferida" para a economia grega, enquanto Putin disse que o comércio bilateral se reduziu no ano passado para 40%.

"Mas entendemos perfeitamente que essas medidas de resposta foram uma réplica às sanções que não estamos de acordo, e isto já declaramos publicamente", disse o chefe do governo grego.

O chefe do Kremlin assegurou que o primeiro-ministro grego não pediu ajuda financeira à Rússia, e que unicamente conversaram sobre "realizar investimentos em infraestrutura, transporte e energia".

Tsipras defendeu o direito de seu país de desenvolver uma política externa soberana, embora ressaltando que a Grécia respeita seus compromissos com as organizações internacionais as quais pertence.

"A Grécia é um país soberano com seu direito irrenunciável a desenvolver uma política externa multilateral e a desempenhar seu papel geopolítico como país balcânico, mediterrâneo e europeu e da região do Mar Negro", disse.

O fato da visita de Tsipras a Moscou coincidir com a data de pagamento, amanhã, de um lance da dívida grega aos seus credores europeus -apesar de Atenas ter garantido ao FMI que cumprirá com os compromissos- levantou todo tipo de suspeitas entre políticos e meios de comunicação europeus.

Putin deixou claro que a Rússia não tem intenção de utilizar a Grécia para melhorar suas relações com Bruxelas.

Os dois líderes assinaram um Plano de Ação conjunta para 2015-2016 que prevê a cooperação em diferentes âmbitos econômicos, mas não anunciaram acordos concretos.

Como se previa, Putin ofereceu a Tsipras a possibilidade da Grécia se conectar ao novo gasoduto russo-turco (Turkish Stream) que se deverá ser construído sob o Mar Negro para levar gás russo para a Europa, o que transformaria a Grécia em "um dos principais centros europeus de distribuição de energia".

O primeiro-ministro grego disse que Atenas estudará a proposta russa mas afirmou, sorridente, que o projeto melhoraria as relações greco-turcas mas não poderia aceitar o nome de "Turkish Stream".

A visita de Tsipras continuará amanhã e o político se encontrará com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev. 

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