Alexis Tsipras: “A Europa reconheceu agora que a Grécia virou uma nova página” (Alkis Konstantinidis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 18h24.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, agradeceu hoje (27) a aprovação, pelo Parlamento alemão, da extensão do programa de assistência financeira à Grécia, prometendo que vai “começar a trabalhar arduamente” para aplicar as reformas necessárias.
“O Parlamento alemão deu hoje à Europa um voto de confiança”, afirmou o primeiro-ministro grego, numa entrevista ao canal de televisão Euronews.
“A Europa reconheceu agora que a Grécia virou uma nova página”.
“Vamos começar a trabalhar arduamente, de forma a mudar a Grécia, numa Europa em mudança”, disse Tsipras, líder do partido de esquerda radical Syriza, força política que sempre defendeu o fim da austeridade e que conquistou as eleições legislativas gregas de 25 de janeiro.
“Chegou o momento de aplicar as reformas que o país precisa e que nenhum governo tentou fazer”, destacou Tsipras, referindo ainda que o “governo de salvação nacional”, que lidera, vai agora começar “um esforço incansável para recuperar a justiça social e fiscal e, ao mesmo tempo, para aumentar as receitas públicas”.
A Câmara Baixa do Parlamento alemão, por ampla maioria, a extensão do programa de assistência financeira à Grécia por quatro meses.
Dos 587 deputados presentes, 542 votaram a favor do prolongamento do programa até 30 de junho, 32 votaram contra e 13 se abstiveram.
No debate que antecedeu a votação, as principais críticas à extensão do programa foram feitas pelo partido da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler Angela Merkel, e pela União Social Cristã da Baviera (CSU).
A sessão foi aberta com a intervenção do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que defendeu o prolongamento do programa.
Ele argumentou que o governo grego se comprometeu a cumprir os termos do acordo, embora admitindo que apoiar a extensão não foi “uma decisão fácil”.
Tsipras acrescentou que o voto alemão provou que “a Europa pode avançar, quando há vontade política, pode superar os impasses e procurar vias alternativas para as políticas de crescimento e dar prioridade ao futuro dos povos europeus”.