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Trump tenta fazer vista grossa para assassinato de Khashoggi, diz Turquia

O jornalista saudita, Jamal Khashoggi, crítico ao regime de Riad, foi assassinado em 2 de outubro no consulado do país na Turquia

Khashoggi: apesar das críticas, os EUA permanecem aliados da Arábia Saudita (Leah Millis/Reuters)

Khashoggi: apesar das críticas, os EUA permanecem aliados da Arábia Saudita (Leah Millis/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de novembro de 2018 às 11h48.

O governo da Turquia afirmou nesta sexta-feira (23) que as declarações de Donald Trump sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi indicam que o presidente dos Estados Unidos tem a intenção de fazer "vista grossa" para o caso.

"Em certo sentido Trump está dizendo 'farei vista grossa' ao assassinato do jornalista saudita", afirmou o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, em uma entrevista ao canal CNN-Türk.

Jamal Khashoggi, um jornalista crítico ao regime de Riad, foi assassinado em 2 de outubro no consulado de seu país em Istambul.

Este homicídio gerou uma verdadeira comoção mundial e arranhou a imagem do reino saudita, especialmente a de seu príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, acusado pela imprensa e por autoridades turcas anônimas de ter ordenado matar Khashoggi.

O presidente Donald Trump disse nesta terça-feira que os Estados Unidos priorizam sua boa relação com a Arábia Saudita, embora Bin Salman possa estar ligado ao brutal assassinato de Khashoggi.

"Bem poderia ser que o príncipe herdeiro tivesse conhecimento deste trágico evento, talvez tenha, talvez não!", afirmou Trump em um comunicado.

"Talvez nunca saibamos todos os fatos relacionados com o assassinato do senhor Jamal Khashoggi. De qualquer modo, nossa relação é com o Reino do Arábia Saudita", país com o qual "os Estados Unidos têm intenção de continuar sendo um sócio firme", disse Trump.

"Não é apenas o dinheiro que conta", afirmou Cavusoglu nesta sexta, referindo-se aos argumentos de Trump sobre a compra de armas americanas pela Arábia, ou a estabilidade do preço do petróleo para justificar seu apoio a Riad.

"Para nós, a Arábia Saudita é um país importante, mas estamos agora falando de um atroz assassinato premeditado", acrescentou o ministro turco.

Cavusoglu disse que o presidente turco, Recep Tayip Erdogan, e o príncipe herdeiro saudita poderão se reunir no G20, que deve acontecer na Argentina no próximo fim de semana, para tentar esclarecer o assunto.

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