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Trump sofre pressão de partido para retirar candidatura

Trump entrou em sua maior crise após a divulgação de um vídeo no qual ele faz referências às mulheres usando palavras vulgares e com conotação machista

Trump: líderes de seu próprio partido têm retirado apoio à sua candidatura (Lucas Jackson / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2016 às 10h53.

A menos de um mês das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a campanha do candidato Donald Trump entra em sua maior crise desde o início da corrida eleitoral. Dezenas de líderes do Partido Republicano têm retirado o apoio à sua candidatura e fazem pressão para que ele renuncie e dê lugar ao candidato a vice-presidente da chapa republicana, Mike Pence. Donald Trump afirmou que não vai renunciar.

A crise coincide com a realização, na noite de hoje (9), de um debate entre os presidenciáveis, um dos momentos mais esperados da corrida eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. O debate entre Donald Trump e a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, ocorrerá na Universidade de Washington, na cidade de Saint Paul, estado de Missouri. O debate será moderado pelo apresentador Anderson Cooper, da CNN, e deverá alcançar recorde de audiência em transmissão ao vivo de eventos políticos nos Estados Unidos.

A retirada do apoio ao candidato republicano começou depois que o jornal The Washington Post divulgou, na última sexta-feira (7), um vídeo de 2005 em que Donald Trump faz referências às mulheres usando palavras vulgares e com conotação sexual machista.

No vídeo, ele se gaba de conquistar e fazer sexo com mulheres. O vídeo capta uma conversa entre Donald Trump e o apresentador de rádio e televisão Billy Bush. A conversa dos dois foi gravada dentro e fora de um ônibus que os levou para o local da filmagem de um episódio do Days of Our Lives (Dias de Nossas Vidas), uma das novelas mais antigas da televisão norte-americana.

Donald Trump fez os comentários sem saber que estava sendo gravado. "Você sabe, eu sou automaticamente atraído pela beleza, eu simplesmente começo a beijá-las. É como um ímã. É só um beijo. Eu nem espero". Trump diz ainda na gravação. "E quando você é uma celebridade, elas deixam você fazer isso. Você pode fazer qualquer coisa". A parte mais mais vulgar da gravação é o momento em que Trump se refere ao órgão sexual feminino. "Você pega [as mulheres] pela (...) e pode fazer qualquer coisa".

Retirada de apoio

Entre os políticos que estão retirando apoio a Donald Trump está o senador John McCain, do estado do Arizona, que disputou as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2008 e perdeu para o então candidato do Partido Democrata (e atual presidente norte-americano), Barack Obama.

Considerado uma das expressões mais conservadoras do Partido Republicano, por suas posições a favor da guerra contra o terrorismo e contra o casamento de gays, John McCain condenou as palavras ofensivas às mulheres feitas por Trump.

Em um comunicado divulgado neste sábado (8), o senador John McCain disse que o comentário de Trump foi "humilhante" para as mulheres e que, por isso, não vai mais dar apoio à sua candidatura, nem que esse apoio seja "condicional".

O governador do estado de Indiana, Mike Pence, candidato a vice-presidente pelo Partido Republicano, teve um comportamento surpreendente de condenação a seu próprio colega de chapa. Ele recusou-se a representar Donald Trump em uma reunião do partido no estado de Wisconsin e ainda apresentou um desafio.

Pence afirmou, em um comunicado, que se sente "ofendido pelas palavras e ações descritas por Donald Trump" no vídeo. Ele desafiou Trump a convencer o eleitor que ele pensa o contrário do que disse, no debate de hoje à noite com a candidata do partido democrata Hillary Clinton.  "Eu não desculpo suas observações e não posso defendê-las", disse Pence. E acrescentou: "Oramos por sua família e estamos ansiosos para a oportunidade que ele tem [hoje à noite] de mostrar o que está em seu coração quando for à frente da nação [nesse debate]".

Outros republicanos criticam Trump

Entre os republicanos que pedem, em entrevista à imprensa, para que Trump retire sua candidatura estão Ben Sasse (senador por Nebraska), Mike Crapo (senador por Idaho), Jeff Flake (senador por Arizona), Mike Lee (senador por Utah) e o apresentador de TV e simpatizante do Partido Republicano Hugh Hewitt. O senador Ben Sasse disse, em um comentário no Twitter, que a renúncia de Trump seria um "um movimento honroso". Hugh Hewitt, que tinha anunciado em junho que apoiaria Trump, disse no Twitter: "Para o benefício do país, do partido e de sua família, e para o seu próprio bem, Trump deve se retirar".

A empresária Carly Fiorina, filiada ao Partido Republicano, pediu que Trump saia da corrida presidencial e disse que ele "falhou" no exercício de sua competência como candidato do partido. "Donald Trump não me representa nem a meu partido", disse no Facebook. "Eu entendo a responsabilidade dos republicanos em apoiar seu candidato. Nosso indicado tem pesadas responsabilidades também. Donald Trump manifestamente falhou em suas responsabilidades ", acrescentou.

A senadora republicana pelo estado de West Virgínia, Shelley Moore Capito, também sugeriu que Trump não represente o Partido Republicano. "Como mulher, mãe e avó de três meninas, estou profundamente ofendida pelos comentários de Trump, e não há desculpas para suas palavras repugnantes e degradantes", disse em um comunicado. "As mulheres têm trabalhado duro para ganhar a dignidade e o respeito que merecem. O próximo passo apropriado para ele é reexaminar a sua candidatura", acrescentou.

A senadora republicana pelo estado do Alaska, Lisa Murkowski, disse que Trump perdeu, ao longo da campanha, o direito a representar o Partido Republicano.

Já a deputada republicana pelo estado de Utah, Mia Love, escreveu um post no Facebook lembrando que não apoiaria Hillary Clinton para presidente dos Estados Unidos, mas que também não apoia Trump. "Para o bem do partido e do país, ele deve se afastar", disse.

Debate presidencial

O debate entre Donald Trump e Hillary será o segundo enfrentamento direto entre os candidatos desde que foram nomeados por suas respectivas convenções partidárias. Metade das perguntas será feita diretamente por cidadãos americanos e a outra metade será apresentada pelo moderador Anderson Cooper, com base em temas de amplo interesse público surgidos na imprensa e nas redes sociais.

Os candidatos terão dois minutos para responder e haverá um minuto adicional para que o moderador facilite uma discussão mais aprofundada.

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A menos de um mês das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a campanha do candidato Donald Trump entra em sua maior crise desde o início da corrida eleitoral. Dezenas de líderes do Partido Republicano têm retirado o apoio à sua candidatura e fazem pressão para que ele renuncie e dê lugar ao candidato a vice-presidente da chapa republicana, Mike Pence. Donald Trump afirmou que não vai renunciar.

A crise coincide com a realização, na noite de hoje (9), de um debate entre os presidenciáveis, um dos momentos mais esperados da corrida eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. O debate entre Donald Trump e a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, ocorrerá na Universidade de Washington, na cidade de Saint Paul, estado de Missouri. O debate será moderado pelo apresentador Anderson Cooper, da CNN, e deverá alcançar recorde de audiência em transmissão ao vivo de eventos políticos nos Estados Unidos.

A retirada do apoio ao candidato republicano começou depois que o jornal The Washington Post divulgou, na última sexta-feira (7), um vídeo de 2005 em que Donald Trump faz referências às mulheres usando palavras vulgares e com conotação sexual machista.

No vídeo, ele se gaba de conquistar e fazer sexo com mulheres. O vídeo capta uma conversa entre Donald Trump e o apresentador de rádio e televisão Billy Bush. A conversa dos dois foi gravada dentro e fora de um ônibus que os levou para o local da filmagem de um episódio do Days of Our Lives (Dias de Nossas Vidas), uma das novelas mais antigas da televisão norte-americana.

Donald Trump fez os comentários sem saber que estava sendo gravado. "Você sabe, eu sou automaticamente atraído pela beleza, eu simplesmente começo a beijá-las. É como um ímã. É só um beijo. Eu nem espero". Trump diz ainda na gravação. "E quando você é uma celebridade, elas deixam você fazer isso. Você pode fazer qualquer coisa". A parte mais mais vulgar da gravação é o momento em que Trump se refere ao órgão sexual feminino. "Você pega [as mulheres] pela (...) e pode fazer qualquer coisa".

Retirada de apoio

Entre os políticos que estão retirando apoio a Donald Trump está o senador John McCain, do estado do Arizona, que disputou as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2008 e perdeu para o então candidato do Partido Democrata (e atual presidente norte-americano), Barack Obama.

Considerado uma das expressões mais conservadoras do Partido Republicano, por suas posições a favor da guerra contra o terrorismo e contra o casamento de gays, John McCain condenou as palavras ofensivas às mulheres feitas por Trump.

Em um comunicado divulgado neste sábado (8), o senador John McCain disse que o comentário de Trump foi "humilhante" para as mulheres e que, por isso, não vai mais dar apoio à sua candidatura, nem que esse apoio seja "condicional".

O governador do estado de Indiana, Mike Pence, candidato a vice-presidente pelo Partido Republicano, teve um comportamento surpreendente de condenação a seu próprio colega de chapa. Ele recusou-se a representar Donald Trump em uma reunião do partido no estado de Wisconsin e ainda apresentou um desafio.

Pence afirmou, em um comunicado, que se sente "ofendido pelas palavras e ações descritas por Donald Trump" no vídeo. Ele desafiou Trump a convencer o eleitor que ele pensa o contrário do que disse, no debate de hoje à noite com a candidata do partido democrata Hillary Clinton.  "Eu não desculpo suas observações e não posso defendê-las", disse Pence. E acrescentou: "Oramos por sua família e estamos ansiosos para a oportunidade que ele tem [hoje à noite] de mostrar o que está em seu coração quando for à frente da nação [nesse debate]".

Outros republicanos criticam Trump

Entre os republicanos que pedem, em entrevista à imprensa, para que Trump retire sua candidatura estão Ben Sasse (senador por Nebraska), Mike Crapo (senador por Idaho), Jeff Flake (senador por Arizona), Mike Lee (senador por Utah) e o apresentador de TV e simpatizante do Partido Republicano Hugh Hewitt. O senador Ben Sasse disse, em um comentário no Twitter, que a renúncia de Trump seria um "um movimento honroso". Hugh Hewitt, que tinha anunciado em junho que apoiaria Trump, disse no Twitter: "Para o benefício do país, do partido e de sua família, e para o seu próprio bem, Trump deve se retirar".

A empresária Carly Fiorina, filiada ao Partido Republicano, pediu que Trump saia da corrida presidencial e disse que ele "falhou" no exercício de sua competência como candidato do partido. "Donald Trump não me representa nem a meu partido", disse no Facebook. "Eu entendo a responsabilidade dos republicanos em apoiar seu candidato. Nosso indicado tem pesadas responsabilidades também. Donald Trump manifestamente falhou em suas responsabilidades ", acrescentou.

A senadora republicana pelo estado de West Virgínia, Shelley Moore Capito, também sugeriu que Trump não represente o Partido Republicano. "Como mulher, mãe e avó de três meninas, estou profundamente ofendida pelos comentários de Trump, e não há desculpas para suas palavras repugnantes e degradantes", disse em um comunicado. "As mulheres têm trabalhado duro para ganhar a dignidade e o respeito que merecem. O próximo passo apropriado para ele é reexaminar a sua candidatura", acrescentou.

A senadora republicana pelo estado do Alaska, Lisa Murkowski, disse que Trump perdeu, ao longo da campanha, o direito a representar o Partido Republicano.

Já a deputada republicana pelo estado de Utah, Mia Love, escreveu um post no Facebook lembrando que não apoiaria Hillary Clinton para presidente dos Estados Unidos, mas que também não apoia Trump. "Para o bem do partido e do país, ele deve se afastar", disse.

Debate presidencial

O debate entre Donald Trump e Hillary será o segundo enfrentamento direto entre os candidatos desde que foram nomeados por suas respectivas convenções partidárias. Metade das perguntas será feita diretamente por cidadãos americanos e a outra metade será apresentada pelo moderador Anderson Cooper, com base em temas de amplo interesse público surgidos na imprensa e nas redes sociais.

Os candidatos terão dois minutos para responder e haverá um minuto adicional para que o moderador facilite uma discussão mais aprofundada.

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